facebook-icon-color.png instagram-icon-color.png youtube-icon-color.png tiktok-icon-color.png
Cuiabá, 29 de Outubro de 2025
29 de Outubro de 2025

29 de Outubro de 2025, 05h:00 - A | A

POLÍTICA / ATOS DE 8 DE JANEIRO

Fux é citado seis vezes em recurso de Bolsonaro contra condenação

Segundo a defesa, apenas o ministro teria analisado a tese de que o ex-presidente desistiu voluntariamente de prosseguir em eventual tentativa de golpe de Estado.

LEONARDO RIBBEIRO
CNN BRASIL



A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) apresentou nesta segunda-feira (27) embargos de declaração ao STF (Supremo Tribunal Federal) contra a condenação a 27 anos e três meses de prisão imposta pela Primeira Turma da Corte. No recurso, os advogados afirmam que o acórdão tem omissões, contradições e imprecisões, e pedem a revisão da pena.

O documento cita seis vezes o voto divergente do ministro Luiz Fux, que votou pela absolvição total de Bolsonaro. Segundo a defesa, apenas Fux teria analisado a tese de que o ex-presidente desistiu voluntariamente de prosseguir em eventual tentativa de golpe de Estado.

“O voto divergente confirma a plausibilidade da tese defensiva, reforçando que, caso houvesse início de execução, o embargante deliberadamente interrompeu o curso dos fatos, caracterizando a desistência voluntária”, afirma o texto.

Os advogados alegam que, ao não analisar esse ponto, o acórdão “incorreu em omissão relevante e qualificada, violando o dever constitucional de motivação”. A defesa também usa o voto de Fux para sustentar que houve cerceamento de defesa e excesso acusatório durante o processo.

“O voto divergente do ministro Luiz Fux reforça a necessidade de exame dogmático rigoroso, reconhecendo o risco de excesso acusatório e a importância de distinguir as fases do iter criminis -- distinção inexistente no acórdão vencedor”, diz o recurso.

No total, a defesa aponta oito omissões ou contradições que, segundo os advogados, prejudicaram o resultado do julgamento. Entre elas estão a ligação da suposta trama golpista com os atos de 8 de janeiro de 2023, o uso de delação premiada sem credibilidade do tenente-coronel Mauro Cid e divergências entre provas e conclusões adotadas pela Primeira Turma.

Os advogados afirmam que a condenação resultou em “profundas injustiças” e se baseou em “contradições e omissões relevantes entre as provas e as conclusões do julgamento”.

A defesa pede também a redução da pena, alegando que os crimes de golpe de Estado e de abolição violenta do Estado Democrático de Direito têm o mesmo objetivo e, portanto, deveriam ser tratados como um único delito.

“A própria narrativa acusatória descreve uma única estratégia: deslegitimar o processo eleitoral, mobilizar apoiadores, envolver estruturas estatais e tentar manter o poder por vias excepcionais. Todo esse contexto converge para um único resultado jurídico -- impedir a alternância democrática”, afirma o recurso.

Se o pedido for aceito, a defesa estima que a pena de Bolsonaro possa ser reduzida em mais de seis anos. O caso segue sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes, que conduziu o julgamento na Primeira Turma do STF. Leia a matéria completa no site CNN Brasil. 

Comente esta notícia