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Cuiabá, 21 de Julho de 2025
21 de Julho de 2025

21 de Julho de 2025, 12h:00 - A | A

POLÍCIA / MANDANTES DO CRIME

Casal de empresários é denunciado pelo MP por assassinato de Renato Nery

Assassinato foi motivado por derrota de casal em ação pela posse de terras em Mato Grosso, diz MP.

APARECIDO CARMO
DO REPÓRTERMT



O Ministério Público de Mato Grosso apresentou denúncia contra o casal de empresários Julinere Goulart Bentos e Cesar Jorge Sechi, no processo que apura o assassinato do advogado Renato Nery, ocorrido em julho de 2024, em Cuiabá.

O casal foi apontado pelas investigações da Polícia Judiciária Civil como mandante do homicídio. A denúncia atribui a eles os crimes de homicídio triplamente qualificado por motivo torpe, que resultou em perigo comum e com recurso que dificultou a defesa da vítima. Além disso, o MP entende que eles integravam uma organização criminosa.

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Conforme o órgão ministerial, os dois são os autores intelectuais do crime, que teria sido motivado por uma disputa de décadas por terras na cidade de Novo São Joaquim, interior de Mato Grosso. Renato Nery venceu a ação, causando inconformismo nos agora denunciados.

Julinere, ainda conforme a denúncia, não escondia o ódio que nutria contra Nery, a quem ameaçava de morte. Ela teria chegado a dizer que ele “não ia viver para gastar” o que teria tomado dela. Na visão do Ministério Público, foi ela quem articulou os contatos necessários para viabilizar o assassinato.

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Ela confessou, informalmente, sua participação no crime, reforçando os elementos probatórios colhidos no decorrer da investigação.

Cesar, por outro lado, teria desembolsado o valor de R$ 200 mil para os assassinos e o intermediário. Conforme o MP, após o assassinato, a participação dele fica mais evidente, quando os executores enviaram um bilhete de cobrança para ele. Isso demonstraria que os assassinos sabiam “inequivocamente” quem era o responsável por pagar pela execução.

“O conteúdo do bilhete constitui prova irrefutável do contato entre os envolvidos após a consumação do delito”, diz a manifestação do MP.

Na visão do Ministério Público, as investigações revelaram que o homicídio foi “produto de uma estrutura criminosa organizada, com junção de múltiplos agentes, divisão de tarefas e finalidade específica de obter vantagem mediante a prática de infrações penais graves”, o que motivou a denúncia também por organização criminosa.

Outros envolvidos

O policial militar Heron Teixeira confessou envolvimento no assassinato, bem como o caseiro dele, Alex Roberto, que foi o autor dos disparos.

À polícia, Heron disse que contratou Alex dois meses antes do assassinato. Já Alex confessou ter atirado em Renato Nery a mando de César e Julinere. Ele disse também que recebeu cerca de R$100 mil do casal para cometer o crime.

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Os dois deverão responder por homicídio triplamente qualificado.

Além do casal de empresários, do policial militar e do caseiro, a polícia identificou ainda outros policiais militares envolvidos na morte do advogado.

Jorge Rodrigo Martins, Wailson Alessandro Medeiros Ramos, Wekcerlley Benevides de Oliveira e Leandro Cardoso, do Batalhão de Rondas Ostensivas Tático Móvel (Rotam) foram acusados de forjarem um confronto para dar fim na arma utilizada para matar Renato Nery. Eles foram presos preventivamente, mas, por determinação do juiz Francisco Ney Gaíva, da 14ª Vara Criminal de Cuiabá, conseguiram a liberdade.

O PM Ícaro Nathan Santos Ferreira também foi apontado como um dos envolvidos no assassinato e continua preso.

O caso

Renato Nery foi assassinado a tiros no dia 5 de julho de 2024, em frente ao seu escritório de advocacia localizado na avenida Fernando Corrêa da Costa, em Cuiabá. Ele chegou a ser resgatado por uma equipe médica e levado ao Hospital Jardim Cuiabá, onde foi submetido a uma cirurgia de emergência. Na madrugada do dia seguinte ele morreu.

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