Aprosoja: Reativação de balanças prejudica logística de grãos e afeta renda de caminhoneiros

Divulgação

Aprosoja é contra uso de balanças de eixo nas rodovias do estado.

DO REPÓRTERMT

Os produtores rurais de Mato Grosso são contra a proposta do Governo do Estado de reativar as balanças entre eixos das rodovias do estado. Segundo a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), a medida pode prejudicar a logística de grãos durante a colheita e reduzir a renda dos caminhoneiros.

Em audiência pública realizada na última segunda-feira (04), na Assembleia Legislativa, a Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística (Sinfra) alegou a necessidade das balanças para a preservação da malha asfáltica. Contudo, para as concessionárias responsáveis pela manutenção das vias e os representantes do setor produtivo, a reativação seria inviável.

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Lucas Costa Beber, presidente da Aprosoja-MT, alegou que os pequenos produtores serão os mais prejudicados, já que não possuem estrutura de armazenagem ou colheitadeiras com balanças e terão que reduzir a carga para terem certeza que não estão ultrapassando o limite.

“Sem dúvida, vai precisar de mais caminhões, o que vai aumentar ainda mais o tráfego e aumentando o desgaste dessas rodovias”, pontuou Lucas, alertando ainda que há o risco de caminhões ficarem parados nas filas de balanças, reduzindo a renda dos motoristas.

O consultor de logística da Aprosoja-MT, Edeon Vaz, destacou que nem mesmo as trades possuem balanças para pesar peso por eixo.

“Nós sabemos que as rodovias são penalizadas quando há excesso de carga. A gente não gostaria que fosse implantada, mas caso venha a ser implantada, que ela seja por peso bruto total, e aí se daria uma margem de tolerância de 10% para que você possa remanejar carga”, sugeriu Edeon Vaz.

Lucas Beber enfatizou que não é de interesse de nenhum agricultor ou motorista exceder o peso dos veículos, o que poderia causar danos e aumentar o prejuízo dos caminhoneiros. Ele defendeu que as notas fiscais são suficientes para a fiscalização.

“A nota fiscal é mais do que suficiente e ágil para se fazer essa fiscalização. E ninguém vai exagerar, pois um caminhão quebrado também dá prejuízo. Então, tudo é a coerência, defendemos aquilo que é lícito, mas dentro da lavoura não tem como pesar. Se der 10% a mais ou a menos, não é isso que vai fazer a diferença”, disse.