GUSTAVO CASTRO
DO REPÓRTERMT
Quatro aldeias indígenas - Manduca, Inajá, Primavera e Figueira, localizadas em Comodoro (a 639 km de Cuiabá) - foram alvo da Operação Scutum Innocentiae, deflagrada nesta segunda-feira (13), em investigação sobre exploração sexual de crianças e adolescentes. Ao menos cinco indígenas são investigados.
A Polícia Civil apura práticas de assédio virtual, envio de conteúdo de teor sexual a menores e aliciamento por meio das redes sociais.
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A presidente da Federação dos Povos Indígenas de Mato Grosso (FepoiMT), Eliane Xunakalo, afirmou que acompanha o caso e defende a responsabilização dos envolvidos.
“Monitoramos a situação e sabemos que o garimpo traz esse tipo de ameaça. Esperamos que o caso seja investigado e os responsáveis punidos”, declarou.
A região abriga a Terra Indígena Nambikwara, onde há registro de garimpo ilegal. No ano passado, uma operação apreendeu uma escavadeira hidráulica e destruiu outras quatro máquinas, além de caminhões e tratores usados para desmatamento.
As investigações começaram em agosto deste ano, quando duas adolescentes de 13 anos foram encontradas em situação de abandono na BR-174, nas proximidades das aldeias. As vítimas, moradoras de Comodoro, relataram que estavam sendo assediadas e aliciadas por homens das comunidades indígenas.
Nos celulares das adolescentes, os investigadores identificaram conversas e mensagens de teor sexual, além de combinados de encontros e pedidos de imagens íntimas.
O delegado responsável pelo caso, Mateus Almeida Oliveira Reiners, explicou que as apurações apontam para uma rede de suspeitos que agia em conjunto.
“Descobrimos um grupo de pessoas que mantinha contato com as adolescentes, compartilhava material impróprio e combinava encontros. Já identificamos cinco suspeitos e há indícios de mais envolvidos”, afirmou.
Durante a operação, os investigados foram levados à delegacia, prestaram depoimento e tiveram os celulares apreendidos. O caso segue sob investigação da Polícia Civil.
