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Cuiabá, 13 de Outubro de 2025
13 de Outubro de 2025

13 de Outubro de 2025, 15h:30 - A | A

OPINIÃO / WILSON FUÁH

A política está cheia de mediocridade

WILSON CARLOS FUÁH



Antes mesmo de terminar um mandato, muitos eleitos já planejam o próximo, incapazes de viver longe da vitrine e do poder.

Ao eleitor, cabe uma reflexão profunda antes de apertar as teclas da urna eletrônica. Cada voto é uma decisão que afeta diretamente sua vida e sua história. Na política, nada é obra do acaso: o destino é apenas o nome que damos às consequências das nossas escolhas.

Vivemos o tempo do marketing impositivo — aquele que transforma mentiras em verdades e verdades em mercadorias. Ainda assim, é possível traçar o próprio destino, pois tudo em nossa vida passa pela política: da segurança à saúde, da educação à administração dos recursos públicos.

Infelizmente, muitos desses recursos se perdem pelos ralos da incompetência e da desonestidade. A esperteza virou virtude, e a malícia, ferramenta de ascensão. Quem luta por justiça é taxado de “ingênuo”. E quem fala de valores espirituais é visto como “fora de época”.

Poucos se levantam em defesa de quem tem fome, de quem perdeu a esperança ou de quem sequer conhece o poder do próprio voto. Raros são os que percebem que espiritualidade não é alienação — é consciência, é empatia, é coragem de agir quando todos se calam.

Mas, participar da vida política e enfrentar o sistema tem preço. Muitas vezes, quem não se dobra ao poder é excluído, rotulado como “inconveniente” ou “desagregador”.

Vivemos tempos em que o medo de se posicionar é maior do que a vontade de mudar. E quando cada um luta apenas por si, o caos se instala para todos.

É assim que os aventureiros encontram espaço, conquistam mandatos e decidem destinos. Depois do voto inconsciente, não adianta buscar os homens de boa vontade — eles já terão perdido lugar para os lobos que acumulam poder e fortuna sobre o sofrimento coletivo.

A política se tornou medíocre.

E aquela luz que antes iluminava os ideais públicos foi apagada — não pela falta de inteligência, mas pela ausência de espiritualidade e de sentido comunitário.

 

Wilson Carlos Fuáh
Escritor, cronista e observador atento da vida política e social de Mato Grosso, é graduado em Ciências Econômica

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