DANIELA LIMA
DO UOL
Para o Ministério Público Federal (MPF), a tentativa da cúpula do BRB (Banco Regional de Brasília) de comprar o Master não era um ato de camaradagem nem uma manobra para salvar a instituição financeira privada, mas uma tentativa deliberada de "ocultar crimes graves contra o sistema financeiro nacional e contra o patrimônio público do Distrito Federal".
A afirmação consta na representação enviada à Justiça Federal e obtida pelo UOL com os pedidos de prisão preventiva, temporária e bloqueio de bens de dirigentes das duas instituições.
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Ao longo de 102 páginas, o procurador Gabriel Pimenta Alves detalha um intrincado esquema de aportes ilegais do BRB no Master, que teria começado, ao menos, em 2024. As duas entidades enviaram, segundo o MPF, documentos falsos para o Banco Central, que identificou a fraude e fez uma representação criminal ao Ministério Público e à Polícia Federal.
O procurador afirma que havia falsificação grosseira. Segundo os investigadores, o BRB, que tentou comprar o Master até setembro deste ano, quando a operação foi definitivamente bloqueada pelo Banco Central, não queria apenas auxiliar a entidade privada, mas encobrir repasses ilegais de recursos que já havia feito com base em uma carteira de clientes falsa.
A peça mostra que o próprio presidente do BRB, Paulo Henrique Costa, hoje afastado do cargo pela Justiça, disse ter comprado R$ 8 bilhões em carteiras de crédito do Master em 2024.
Instado pelo Ministério Público a avaliar as operações daquele ano, o Banco Central fez uma pesquisa amostral e constatou que o BRB acatou a apresentação de uma empresa registrada em nome de uma funcionária de uma padaria que ganha menos de R$ 1,5 mil como uma das garantidoras do negócio.
















