VANESSA MORENO, APARECIDO CARMO
REPÓRTER MT
O casal de estelionatários Márcio Nascimento e Eliza Severino, que aplicou um golpe milionário em centenas de formandos em Mato Grosso e outros estados se entregou à polícia na manhã desta quarta-feira (21). Ela se apresentou na Delegacia de Polícia Civil de Maringá e ele na Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor.
Em depoimento, Márcio negou que tenha dado golpe nos formandos e disse que não realizou os eventos por inadimplência e crise financeira, que se agravou após a pandemia da Covid-19. Ele foi encaminhado para audiência de custódia, onde a Justiça irá decidir se o mantém preso preventivamente ou se irá liberá-lo.
>>> Clique aqui e receba notícias de MT na palma da sua mão
Márcio e Eliza são administradores das empresas Imagem Eventos e Graduar Fotografia. Os dois são alvos da Operação Ilusion, deflagrada pela Polícia Civil nesta terça-feira (20), e estavam foragidos.
Segundo investigações, o casal aplicou golpes, que totalizaram R$7 milhões, em alunos de cursos como medicina, odontologia, direito e de ensino fundamental e médio de escolas públicas e particulares.
O caso veio à tona em janeiro deste ano, quando eles anunciaram o fechamento repentino das empresas, surpreendendo os formandos, bem como familiares, funcionários e prestadores de serviços. Com isso, bailes de formaturas foram cancelados em cima da hora.
Em seguida, eles entraram na Justiça com um pedido de recuperação judicial, que foi indeferido.
A polícia estima que mais de mil pessoas foram vítimas do casal. Ainda de acordo com as investigações, o plano de fechar as empresas foi arquitetado por quatro meses antes do efetivo fechamento.
LEIA MAIS: Casal de estelionatários também deu calote nos próprios funcionários
LEIA MAIS: Casal de estelionatários lesou mais de mil pessoas no calote da formatura
Além dos mandados de prisão preventiva contra Márcio e Eliza, a Operação Ilusion cumpre mais de 20 ordens judiciais, entre busca e apreensão, bloqueio de R$ 7 milhões das contas dos investigados, restrição administrativa de oito veículos e suspensão de atividade econômica.
Os alvos são investigados por crime contra o patrimônio, contra as relações de consumo e associação criminosa. A pena para esses crimes pode chegar a 13 anos de prisão e multa.