DO REPÓRTERMT
O presidente de um time de futebol amador de Cuiabá, Sebastião Lauze Queiroz, conhecido como “Dandão” ou “Dono da Quebrada”, entrou com pedido na Justiça para ter a prisão preventiva revogada. Ele foi detido na manhã desta quinta-feira (21) durante a Operação Ludus Sordidus, deflagrada pela Polícia Civil contra uma facção criminosa suspeita de envolvimento em jogos de azar, tráfico de drogas, estelionatos e lavagem de dinheiro.
De acordo com a defesa, a prisão é desnecessária, já que os supostos crimes teriam ocorrido entre 2021 e 2023 e não há provas de que ainda estejam sendo praticados. Os advogados sustentam que Sebastião possui residência fixa, exerce atividade lícita, tem família constituída e não atrapalhou as investigações, afastando, portanto, risco de fuga ou de obstrução da Justiça.
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Na petição, a defesa também ressalta que a prisão preventiva deve ser utilizada apenas como última alternativa, lembrando o princípio constitucional da presunção de inocência. Caso a revogação não seja aceita, os advogados pedem que a medida seja substituída por prisão domiciliar.
O argumento central é o estado de saúde do réu: Sebastião é cardiopata, diabético e hipertenso. Segundo o pedido, a permanência dele em unidade prisional pode representar risco à vida, uma vez que o sistema carcerário enfrenta superlotação, falhas de estrutura e alimentação precária.
“Qualquer alteração simples na dieta ou nas condições ambientais pode resultar em um infarto”, afirma trecho do documento.
A Justiça ainda não analisou o pedido.
Segundo a Polícia Civil, Sebastião Lauze é apontado como um dos líderes da facção. Ele usava a posição de presidente de um time de futebol amador para fortalecer as atividades criminosas em bairros como Osmar Cabral e Jardim Liberdade, controlando práticas como tráfico de drogas, estelionatos e jogos ilegais. Investigações mostram que ele recebia mensalmente 10% dos lucros de uma plataforma de apostas clandestina, além de ganhos com golpes em plataformas de compra e venda pela internet.
Operação
Na operação, as ordens judiciais foram expedidas pelo Núcleo de Justiça 4.0 do Juiz das Garantias de Cuiabá com base em investigações conduzidas pela da Gerência de Combate ao Crime Organizado e Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (GCCO/Draco).
Dentre os mandados cumpridos estão 8 de busca e apreensão, 10 mandados de prisão preventiva, 8 sequestros de imóveis, 12 sequestros e bloqueios de contas e valores no valor de mais de R$ 13,3 milhões.