THIAGO ITACARAMBY
O deputado Percival Muniz (PPS) criticou durante a sessão de hoje (07) a política econômica de Mato Grosso. Ele disse que o estado vem sofrendo certa desaceleração econômica ao longo dos anos por conta da política de incentivos fiscais entre outras ações ligadas à economia. Na ocasião, o parlamentar mostrou desfavorável com a divisão do estado e criticou a política de incentivos fiscais. Segundo ele, é preciso investir nas regiões mais pobres, como é o caso da região do Araguaia.
Muniz recriminou a política econômica adotada pelo ex-governador Blairo Maggi (PR), que, na sua avaliação não houve grandes avanços paralelo ao desenvolvimento contínuo da época. O parlamentar comentou que se sente decepcionado com as promessas políticas dos governantes e o desenvolvimento estrutural dos municípios mato-grossenses.
“Ele [Maggi] pegou um governo depois do Dante de Oliveira com ritmo bastante aquecido e pôde assumir o governo e teve a oportunidade de acelerar a economia. Consequentemente teríamos um novo MT”, especificou, posicionando contra o não comprometimento do postulante perante a continuidade da economia mato-grossense.
Em relação ao atual governo do PMDB, Muniz diz que se trata de um governo trivial, que, de certa forma vem crescendo e tentando diminuir a pobreza. “No caso de Silval não vou ter grandes decepções até porque não tinha grandes expectativas em relação ao seu governo”, declarou.
O deputado cobrou mais controle no que se refere aos incentivos fiscais oferecidos pelo estado. Segundo ele é preciso um pacote econômico mais sólido que possa consolidar a economia mato-grossense. Ele discorreu sobre alguns aspectos importantes que ajudariam a controlar e fortalecer a base estrutural como é caso da capacidade do endividamento do estado, os incentivos fiscais com a atração de novas empresas, e a falta de políticas públicas que favoreçam as regiões mais afastadas dos municípios polos – cuja base é a agricultura.
DIVISÃO DE MT
O deputado Percival Muniz se posiciona contra a divisão de Mato Grosso. Segundo ele, o modelo não irá promover o desenvolvimento macroeconômico das regiões. Ele citou os Estados Unidos como um case de sucesso, no qual são estabelecidas políticas de divisão estrutural bastante consolidada e com ações peculiares com base no perfil de cada região.
Com um posicionamento contrário à divisão, o presidente da Assembleia Legislativa, o deputado José Riva (PSD) vem mostrando que a discussão é válida no sentido de atrair investimentos às regiões de MT. “Para criar um Estado custa R$ 1 bilhão e não vejo viabilidade e nem essa vontade política das regiões Norte e Noroeste de Mato Grosso em favor da divisão”, declarou Riva.
Para Riva, o grande problema é a ausência do Governo do Estado no interior. Principalmente, na região do Araguaia, que carece de infraestrutura e investimentos na logística para escoamento da produção. “A falta de investimentos, aliada a ausência do governo leva a esse sentimento. Mas, eu defendo que o dinheiro que se gasta para criar um estado seja destinado para atender as demandas”, posicionou Riva.
No último dia 03, em Porto Alegre do Norte, foi realizada audiência pública para debater a divisão de Mato Grosso e a criação de outros dois estados: do Araguaia e do Mato Grosso do Norte. O tema é antigo, uma vez que desde os anos 90 tramitam propostas no Congresso Nacional. Mas a mobilização realizada no estado vizinho do Pará, onde a população decide este mês, por meio de plebiscito, se é favorável a criação de Tapajós e Carajás, estimulou a discussão aqui no MT.