MARCIO CAMILO
DA REDAÇÃO
A Polícia Militar prendeu nesta segunda-feira (25) um trio suspeito de aliciar pessoas para que elas troquem de advogados em ações judiciais. Os criminosos foram presos em Cuiabá no momento em que tentavam aplicar mais um golpe.
O caso é acompanhado pelo presidente do Tribunal de Defesa das Prerrogativas da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MT), André Stumpf. Ele afirma que os casos de captação ilícita de clientes são recorrentes e há mais de uma quadrilha atuando na modalidade.
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Stumpf explica que os aliciadores obtêm informações privilegiadas de pessoas que estão movendo algum tipo de ação judicial. Eles conseguem os dados bancários e os números telefônicos e entram em contato oferecendo serviços advocatícios, mesmo que a pessoa já tenha um advogado para atuar no caso.
Ele detalha que os aliciadores também entram no sistema eletrônico do Tribunal de Justiça (TJ-MT) para pegarem informações a respeito do processo judicial.
“Eles falam para a pessoa: o seu advogado pegou o dinheiro da ação e não repassou para você. Em seguida eles propõem para a pessoa mudar de profissional. Eles enchem a cabeça da pessoa pra ver se ela troca de advogado. Essa captação ilícita gera muitos prejuízos para a imagem da advocacia”, destacou André.
Stumpf ressaltou que o caso está sendo investigado pela Polícia Civil, que tenta descobrir como os criminosos conseguem ter acesso às informações privilegiadas dos clientes.
“A quadrilha detém informações de banco como número de RG, CPF, número da agência”, detalha o advogado.
Os captadores foram presos por conta de uma ‘tocaia’ armada por uma advogada que teve o seu cliente aliciado. Ela conseguiu marcar o encontro com o trio e, ao mesmo tempo, chamar a Polícia Militar para efetuar a prisão.
Na delegacia, os criminosos não revelaram a identidade do advogado que estaria por trás do esquema.
Na tarde desta terça-feira (26), os membros da quadrilha passam por uma audiência de custódia no Fórum de Cuiabá.
André explicou que as sanções para os advogados que lideram essas quadrilhas vão desde a suspenção da carteira da OAB até a exclusão total do quadro de profissionais listado pela entidade.
Ele acrescentou que já existem advogados expulsos por conta deste tipo de crime.
