APARECIDO CARMO
DO REPÓRTERMT
O ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), manteve a prisão do sargento da Polícia Militar Dejair Silvestre dos Santos. Ele é acusado de obstrução à Justiça durante o cumprimento de um mandado judicial em endereço vinculado ao lobista Andreson de Oliveira Gonçalves, que é apontado como integrante de um esquema de venda de sentenças em vários tribunais pelo país, incluindo o Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) e o Superior Tribunal de Justiça (STJ), em Brasília.
Na decisão, Zanin determinou que Dejair seja mantido preso em local condizente com a sua condição de policial militar aposentado. Em nota, o advogado Lucas Curvo Figueiredo, que faz a defesa de Dejair, disse que respeita a decisão, mas que vai recorrer dela.
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Prossegue dizendo que o cliente nega o crime de obstrução à Justiça e que permanece à disposição para elucidar o caso. Pontua, ainda, que confia no Judiciário e na integridade das garantias constitucionais. Veja a íntegra da nota ao final da matéria.
A prisão de Dejair ocorreu em Primavera do Leste (a 235 km de Cuiabá), durante mais uma etapa da Operação Sisamnes, na última sexta-feira (09). Devido à relevância do caso, que é conduzido pelo STF, ele foi trazido para a sede da PF, em Cuiabá.
Naquela data, a PF realizou buscas na casa do lobista em Primavera do Leste, onde Andreson cumpre pena em regime domiciliar com uso de tornozeleira eletrônica.
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O esquema de venda de senteças veio à tona após o assassinato do advogado Roberto Zampieri, ocorrido em dezembro de 2023, em frente ao escritório onde trabalhava, em Cuiabá. Com a morte do advogado, a polícia apreendeu seu celular e descobriu, por meio das conversas extraídas, um complexo esquema de venda de sentenças.
O caso gerou, inclusive, o afastamento dos desembargadores Sebastião de Moraes Filho e João Ferreira Filho, em decisão do Corregedor Nacional de Justiça, posteriormente validada pelo pleno do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Por meio de nota, a Polícia Militar de Mato Grosso informou que a Corregedoria-Geral irá instaurar sindicância para apurar a conduta do sargento aposentado.
Veja a íntegra da nota da defesa de Dejair:
O Supremo Tribunal Federal, por decisão monocrática do ministro Cristiano Zanin, de 6 de outubro de 2025, converteu a prisão em flagrante de Dejair Silvestre dos Santos em prisão preventiva, determinando a expedição do mandado e assegurando condições de custódia adequadas à sua condição de militar aposentado; por se tratar de procedimento sigiloso, não divulgaremos detalhes adicionais. À indagação da imprensa — se a prisão foi mantida — informamos que sim: foi decretada a prisão preventiva. A defesa técnica respeita a decisão, dela discorda e adotará as medidas cabíveis, reafirmando que o investigado nega a prática de obstrução e permanece à disposição da Justiça, confiando no pleno esclarecimento dos fatos e na integridade de suas garantias constitucionais. — Lucas Curvo Figueiredo, OAB/MT 32.864/O.