JOÃO RIBEIRO
DA REDAÇÃO
O corpo de Vilceu Marchetti foi enterrado no final da manhã desta quarta-feira (9), em Primavera do Leste. O velório foi realizado durante todo o dia de ontem (8) na cidade onde Marchetti foi vereador e prefeito.
AS INVESTIGAÇÕES
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O delegado Silas Tadeu, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), afirmou ao RepórterMT, nesta quarta-feira (9), que está à procura de um profissional em mergulho, que tenha equipamento que detecte metal submerso, a fim de encontrar o revólver calibre 38, usado pelo caseiro Anastácio Marafron, para assassinar o ex-secretário de Infraestrutura, Vilceu Marchetti.
A vítima foi morta dentro do apartamento de uma fazenda, localizada na região de Mimoso, próximo ao município de Barão de Melgaço (130 km de Cuiabá), na noite da última segunda-feira (7).
O acusado foi preso horas depois de cometer o crime e confessou em depoimento à Polícia Civil que jogou a arma no rio, momentos depois do homicídio. Ainda segundo ele, o motivo do assassinato seria porque a vítima teria assediado sua esposa, de 36 anos, ‘apalpando’ as nádegas dela.
De acordo com Silas, desde o dia do crime, mergulhadores do Corpo de Bombeiros vêm realizando buscas no rio, porém como o local é muito fundo, não foi possível achar o revólver.
“Os bombeiros nos disseram que como o local é uma região de poço, as buscas tiveram que ser interrompidas, porque o Corpo de Bombeiros não tem esse aparelho que detecta metal dentro da água. Porém, estamos procurando esse mergulhador que mora na capital, que tem o aparelho específico, para retornar aos trabalhos”, explicou.
O delegado ainda explicou que caso o revólver não seja encontrado, o fato não implicará em nada no processo criminal contra Anastácio. “O caseiro é réu confesso e todas as evidências apontam que a autoria do assassinato foi cometida por ele. Mas a gente precisa da arma para reforçar a acusação, além de fazer o confronto balístico. Saber que essa arma foi à própria usada no crime”, falou.
Sobre o laudo de necropsia do corpo de Vilceu, que deve apontar quantos tiros o atingiram, a assessoria de imprensa da Perícia Oficial de Identificação Técnica (Politec) informou ao RepórterMT, que a conclusão só deve ocorrer daqui 10 dias.
Já sobre o processo criminal onde Anastácio foi autuado em flagrante por homicídio, as oitivas ainda devem continuar até o fim da próxima semana. Após o término das investigações, o delegado Walfrido Nascimento da DHPP deve concluir o inquérito e encaminhar a denúncia para o Ministério Público.
O CRIME
Na manhã dessa terça-feira (8), os delegados Anaíde Barros, Walfrido Nascimento e Silas Tadeu, deram uma coletiva para informar detalhes de como ocorreu o crime. Segundo eles, o estopim para o caseiro cometer o crime, foi quando flagrou Marchetti assediando a esposa durante um jantar na fazenda.
Com isso, Anastácio chamou a mulher para conversar em outra sala. Durante a conversa ele indagou a mulher se ela estava sendo mesmo assediada. A principio, ela disse que não, porém ao ver o marido muito exaltado, ele (Anastácio) deu um ‘tapa’ na mesa muito exaltado, quando ela confessou”, explicou Silas.
Os delegados explicaram que com a confissão da mulher, o caseiro ficou muito exaltado e foi em direção à vítima, que seguiu para o apartamento. “Ele (suspeito) ainda nos disse que o Marchetti viu a arma, mas mesmo assim foi em direção ao quarto, deitou na cama e deixou a porta entreaberta”, destacaram.
Ao entrar no quarto o caseiro se deparou com a vítima deitada, que pegou para que ele não pegasse a arma. Mesmo assim Anastácio disse que ele estava ‘mexendo com sua mulher’ e atirou e depois saiu do quarto.
A PRISÃO
Após o crime, o assassino foi até a beira do rio e jogou a arma na água. Ao se desfazer da prova que o incrimina voltou para o local e agiu normalmente, esperando até a chegada da Polícia Militar, que foi acionada pelos funcionários e neto da vítima.
Sem confessar o crime aos policiais, o caseiro foi preso como suspeito do assassinato e passou a acompanhar os trabalhos dos militares. Em uma conversa com os PM’s, a esposa confessou ter sido assediada pela vítima. “Diante da confissão, os militares suspeitaram do caseiro e o detiveram”, afirmou Silas.
Ao ouvir que o filho de Marchetti estava se dirigindo à propriedade, o suspeito pediu que a mulher fosse levada do local, com medo de uma possível agressão. Com isso, os militares a liberaram, no entanto, quando ela estava saindo da fazenda foi impedida pelos delegados da DHPP. “A delegada Anaíde a interrogou e ela explicou tudo. Diante do depoimento da esposa, o marido definitivamente confessou o crime”, explicou.