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Cuiabá, 28 de Novembro de 2025
28 de Novembro de 2025

28 de Novembro de 2025, 07h:00 - A | A

POLÍCIA / BANDIDAGEM EM MATO GROSSO

Facções migram do tráfico para o estelionato, alerta delegada-geral da Polícia Civil

Para a delegada Daniela Maidel, essa é uma consequência da legislação brasileira, que é ineficiente contra os criminosos.

KARINE ARRUDA
APARECIDO CARMO
DO REPÓRTER MT



A delegada-geral da Polícia Civil de Mato Grosso, Daniela Maidel, afirmou na manhã dessa (27) que as facções estão migrando do tráfico de drogas para o estelionato. Segundo ela, diferente de alguns anos atrás, quando o trabalho das organizações criminosas era concentrado em um único setor, atualmente elas descentralizado o poder e expandido suas atividades.

“Hoje, a gente percebe que as facções não estão limitadas somente ao tráfico de entorpecentes. Elas participam de outras atividades criminosas. No momento, a atividade que a gente percebe a maior participação é no crime de estelionato [...] Ele não está acima do tráfico porque o tráfico ainda é o carro chefe dessas facções, mas é seguido pelo estelionato”, pontuou.

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A declaração foi dada na manhã de hoje no Palácio Paiaguás, durante a apresentação dos resultados do programa Tolerância Zero, criado pelo Governo do Estado com o objetivo de intensificar as ações de combate ao crime organizado e à repressão às facções. Para Maidel, o projeto tem sido um sucesso e resultado de um trabalho intenso da polícia.

“Nós estamos trabalhando arduamente com investigações qualificadas. O ano de 2025 mostra isso. Nós já chegamos ao número de 526 operações voltadas justamente para o combate às facções criminosas. É um trabalho intenso da Polícia Civil, são milhares de mandados, centenas de prisões. O que nós buscamos é o isolamento desses criminosos e a descapitalização desses grupos”, afirmou.

Entretanto, mesmo com o programa e todos os esforços das equipes de segurança, as facções ainda dominam muitos bairros de Cuiabá e cidades do interior. Conforme a delegada, isso ocorre por causa da legislação brasileira, considerada ineficiente no enfrentamento ao crime organizado.

“Nós ainda temos problemas com a legislação [...] O que percebemos é que hoje o problema está no cumprimento da pena. Esses bandidos permanecem presos por um período curto [...] Ainda que condenados, permanecem muito pouco tempo presos. Hoje, a pena para organização criminosa é de 3 a 8 anos. Isso é muito pouco”, disse.

Maidel comentou ainda que a expectativa da polícia é que a situação melhore com a aprovação do pacote antifacção, que cria novos crimes, eleva penas para 20 a 40 anos e estabelece regras específicas para líderes de facções. O projeto está no Senado Federal, aguardando para ser incluído na pauta de votação.

“A esperança é que tudo melhore e esse pacote antifação também seja aprovado, que tenhamos pelo menos 75% de uma condenação cumprida em regime fechado”, finalizou.

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