GUSTAVO CASTRO
DO REPÓRTERMT
O Conselho Regional de Educação Física de Mato Grosso (CREF17/MT) abriu investigação contra um professor de Educação Física do Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT), campus Cuiabá – Octayde Jorge da Silva, acusado de importunação sexual contra estudantes. A apuração foi iniciada após denúncias feitas por alunas e pais, e inclui a possibilidade de cassação do registro profissional do docente.
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Na última semana, o coordenador de Fiscalização do CREF17/MT, Júlio Garcia, realizou uma fiscalização in loco na instituição, recolhendo documentos e informações sobre o caso. O material será encaminhado à Câmara de Julgamento da autarquia, que avaliará se houve infração ética e disciplinar.
Segundo o coordenador, toda a documentação recolhida foi enviada à Câmara de Julgamento, que poderá convocar colegas e vítimas para depoimentos.
“A autarquia avaliará se houve infração ética e disciplinar, e, se confirmada, poderá adotar medidas como a cassação do registro profissional”, explicou Júlio Garcia.
A presidente do Conselho, Fabi Moraes, reforçou que o órgão não tolera qualquer forma de assédio.
“Repudiamos veementemente práticas que atentem contra a integridade de alunos. O ambiente da Educação Física deve ser pautado no respeito e na ética profissional”, declarou.
O CREF17/MT informou que continuará acompanhando de perto o andamento das investigações, em cooperação com as autoridades policiais e o IFMT. Caso as denúncias sejam comprovadas, o professor poderá responder nas esferas administrativa, ética e criminal.
Histórico
O professor atua há 13 anos no IFMT e é servidor público há 25. Ele foi afastado das funções após a repercussão das denúncias e a instauração de um processo administrativo disciplinar (PAD) pela unidade de ensino. Segundo a direção, não é a primeira vez que ele enfrenta acusações do tipo. Antes de atuar em Cuiabá, já havia sido transferido da unidade de Pontes e Lacerda sob suspeita de comportamentos semelhantes.
De acordo com informações apuradas pelo RepórterMT, o docente é acusado de filmar e tocar as estudantes de forma imprópria durante as aulas de vôlei. Uma fonte que acompanhou o caso relatou que ele segurava as alunas de maneira inapropriada, chegando a apalpar algumas delas, e mantinha as atividades em um espaço conhecido como “fornão”, que ficava sempre trancado, impedindo que outras pessoas vissem o que ocorria.
Ainda segundo o relato, o local possuía câmeras antigas, com falhas de imagem e sem áudio, e havia pontos cegos, o que dificultava registrar os atos. As condutas teriam ocorrido nos últimos 12 meses, período em que colegas e a direção da instituição teriam ignorado os indícios do comportamento inadequado.
O afastamento do professor ocorreu somente após o caso vir a público, diante da pressão de mães de alunas que formalizaram as denúncias. Mesmo após o escândalo, até o dia 30 de setembro o docente foi visto dentro do campus acompanhado de um advogado, tentando abordar estudantes que o denunciaram, em uma ação considerada intimidatória por familiares das vítimas.
Um vídeo que circula nas redes sociais reforçou as suspeitas. Nas imagens, o professor aparece utilizando o celular para filmar adolescentes durante uma atividade na piscina. De acordo com boletins de ocorrência registrados, ele também fotografava as nádegas das alunas sem consentimento, observava de forma inapropriada as jovens durante a troca de roupa e sugeriu que fossem às aulas com roupas curtas.
