VANESSA MORENO
DO REPORTÉR MT
Os empresários Julinere Goulart Bentos e Cesar Jorge Sechi, contrataram a execução do advogado Renato Nery mediante a promessa de pagamento de R$200 mil aos executores. Eles foram denunciados pelo Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) por homicídio triplamente qualificado e organização criminosa.
De acordo com a denúncia, Julinere e Cesar foram os mentores intelectuais do crime. Tudo começou após eles perderem uma ação judicial para o advogado, referente à disputa de uma terra de mais de 12 mil hectares, localizada no município de Novo São Joaquim.
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Inconformados com o resultado, Julinere articulou os contatos necessários para viabilizar a execução.
Já César, segundo o MP, exerceu papel fundamental na viabilização do dinheiro.
“O denunciado Cesar, em conjunto com a denunciada Julinere, contratou a execução da vítima Renato Gomes Nery mediante o pagamento da quantia de R$ 200.000,00 (duzentos mil reais)”, diz trecho da denúncia.
Ainda de acordo com o Ministério Público, o principal intermediário entre os mandantes e os executores foi o policial militar Jackson Pereira Barbosa. Foi ele quem contratou o segundo intermediário, o também policial militar Heron Teixeira Pena Vieira e o executor Alex Roberto de Queiroz Silva.
Em depoimento à Polícia Civil, Heron e Alex confessaram terem sido contratados para matar o advogado. No entanto, disseram que apenas R$150 mil foram pagos.
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O repasse do dinheiro teria sido feito por outro policial militar, o Ícaro Nathan Santos Ferreira, que teria sido responsável também pelo fornecimento da arma, uma Glock modelo G17, calibre 9 milímetros, equipada com seletor de tiro para permitir o uso nas funções semiautomática e automática e adaptada para tiros em rajada.
Renato Nery foi assassinado no dia 5 de julho, em frente ao seu escritório de advocacia, na avenida Fernando Correa, Cuiabá. Ele foi atingido com tiros na cabeça, chegou a ser socorrido e passou por cirurgia em um hospital particular da capital, mas não resistiu e morreu na madrugada do dia seguinte.
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Ao todo, dez pessoas já foram denunciadas pelo crime.
Julinere, Cesar, Jackson, Ícaro, Heron e Alex estão presos.
Outros quatro policiais militares estão envolvidos no caso, pois forjaram um confronto para dar fim da arma usada no crime. São eles: Jorge Rodrigo Martins, Wailson Alessandro Medeiros Ramos, Wekcerlley Benevides de Oliveira e Leandro Cardoso.
Os quatro chegaram a ser presos, mas foram soltos e submetidos a medidas cautelares, como uso de tornozeleira eletrônica.
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