CAROL SANFORD
DA REDAÇÃO
O ex-chefe de gabinete de Silval Barbosa (PMDB), Silvio Corrêa, revelou que o ex-gestor chegou a pensar em editar o vídeo com deputados estaduais pegando dinheiro de propina, no Palácio Paiaguás, antes de firmar o acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal (MPF).
Silvio, no entanto, aconselhou para que os cortes não fossem feitos, uma vez que as gravações perderiam o bônus como prova, caso fossem alteradas.
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A revelação foi feita pelo ex-chefe de gabinete ao ex-secretário de Indústria e Comércio, Alan Zanatta, em visita a Silvio no fim do mês de agosto. A gravação foi feita por Zanatta e apreendida na casa do prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (PMDB), no dia da Operação Malebolge, em 14 de setembro.
O ex-chefe de gabinete contou que as gravações foram feitas a mando de Silval e em apenas um dia. Depois, guardou a câmera e só assistiu as imagens depois que as entregou aos procuradores da República.
Silvio: Eu imagino. Ah não, mas... não tinha como. Infelizmente. Primeiro que eu não tive coragem de mostrar aquilo pra ninguém... Falei assim ah... o Silval falou: vamos editar isso. Eu falei: Não, editar não. Se editar, daqui a pouco não vai valer como prova porque, tudo o que é editado os caras...
Alan: Você fala... se editar perde a prova?
Silvio: Ahã.
Alan: É mesmo?
Silvio: Se der corte. Entendeu? Porque cara, não (está editado). Começou, parou, não tem interrupção, não tem um nada.”
No áudio, Silvio ainda comentou ter pensando em destruir a câmera com os vídeos dos deputados, porém foi preso em 2015, em decorrência da Operação Sodoma.
Silvio: Uma camerazinha, eu comprei, peguei e mocozei. Esqueci, falei vou largar essa p... Aí final do ano falei assim: vou quebrar esse negócio. Vou quebrar. Aí foi quando prenderam nós.”
Ele ainda pontuou que, se não fossem os vídeos, a delação de Silval não teria o mesmo peso e o acordo com o MPF talvez não tivesse sido firmado.
Silvio: Até na maldade, estou ajudando o Silval. Porque se não fossem as gravações, nada que o Silval está falando tinha valor, nada.