GUSTAVO CASTRO
DO REPÓRTERMT
O prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL), deixou claro que não apoiará candidaturas ao Governo de Mato Grosso em 2026 que contem com o MDB na coligação. A posição atinge diretamente dois nomes da base governista que são cotados para disputar o Palácio Paiaguás: o senador Wellington Fagundes (PL) e o vice-governador Otaviano Pivetta (Republicanos).
Segundo Abilio, qualquer projeto de direita que se aliar ao MDB estará “fadado ao fracasso”. Ele afirmou manter boa relação com Wellington e Pivetta, mas garantiu que não dividirá palanque com eles caso confirmem aliança com os emedebistas.
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“Tenho respeito e gratidão por ambos, mas se o MDB estiver no meio, eu não estarei. Essa é a minha decisão”, declarou nesta terça-feira (9), durante entrevista à imprensa.
A fala ocorre após Wellington admitir que não descarta apoio do MDB em uma eventual candidatura, citando o projeto de anistia em tramitação no Congresso como ponto de convergência. A hipótese provocou reação imediata do prefeito da Capital.
Abilio também aproveitou para reforçar que não aceitará imposições da direção nacional do PL em Mato Grosso. Segundo ele, qualquer tentativa de forçar alianças que incluam o MDB terá resistência de prefeitos e lideranças locais.
“Não vou aceitar imposição de cima para baixo. Se a ideia for salvar o MDB em Mato Grosso, não contem comigo. Não vamos ajudar a pintar de verde e amarelo um partido que sempre se colocou contra a direita no Estado”, disse.
O prefeito lembrou ainda que, nas eleições municipais de 2024, o PL venceu em cidades estratégicas justamente enfrentando candidatos ligados ao MDB ou apoiados pela sigla. Para ele, a tentativa do partido de se aproximar da direita seria apenas uma estratégia de sobrevivência.
“O MDB percebeu que a direita tem força. Agora tentam usar símbolos nacionais para simular alinhamento, mas isso é enganar o eleitor. Nós não cairemos nessa”, completou.
Apesar das críticas, Abilio descartou a possibilidade de deixar o PL, caso o partido nacional decida por compor com o MDB. Ele garantiu, porém, que seguirá se posicionando de forma contrária.
“Não saio do PL, mas vou discordar publicamente. Vou conversar com prefeitos e lideranças, e já adianto: se esse for o projeto, não estaremos nele”, concluiu.