MARCIA MATOS
DA REDAÇÃO
A Polícia Federal apreendeu dois computadores, documentos e um celular, na casa do prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (PMDB), durante a Operação Malebolge, deflagrada na manhã desta quinta-feira (14).
Os agentes também cumpriram mandado de busca e apreensão do gabinete de Emanuel, na Prefeitura de Cuiabá, onde foram apreendidos documentos e a CPU de um computador.
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Na decisão que determinou os mandados de busca e apreensão, o ministro do Supremo Tribunal Federal, Luis Fux, negou à Procuradoria Geral da República (PGR) o pedido para afastar o prefeito do cargo.
Emanuel foi flagrado em vídeo, enquanto deputado estadual, recebendo dinheiro das mãos de Silvio Correa, então chefe de gabinete do ex-governador Silval Barbosa (PMDB), que afirma em delação que o montante seria propina para garantir apoio às ações de sua gestão.
A imagem de Emanuel colocando maços de dinheiro no paletó foi divulgada nacionalmente.
Além da gravação de Emanuel, Silval entregou pelo menos mais nove vídeos de deputados e ex-deputados estaduais recebendo dinheiro que seria de propina.
Desde que as imagens foram divulgadas, a única declaração do prefeito Emanuel Pinheiro foi de que ele irá provar que o dinheiro recebido não era de ação ilícita.
Operação Malebolge
A pedido da Procuradoria-Geral da República, o Supremo Tribunal Federal autorizou a realização de mandados de busca e apreensão, nesta quinta-feira, 14 de setembro, em 65 locais, entre endereços pessoais e profissionais de investigados no inquérito relativo à Operação Ararath. O cumprimento dos mandados pela Polícia Federal foi acompanhado por 16 membros do Ministério Público Federal.
Além de deputados e ex-deputados a operação também tem como alvos o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, o senador Cidinho Santos e conselheiros do Tribunal de Contas do Estado.
Ainda foi autorizado pelo STF o afastamento cautelar de cinco conselheiros do TCE: José Carlos Novelli, Waldir Júlio Teis, Antônio Joaquim Moraes Rodrigues Neto, Walter Albano da Silva e Sérgio Ricardo de Almeida.
O inquérito judicial investiga prática de crimes de corrupção, lavagem de dinheiro, organização criminosa, gestão fraudulenta de instituição financeira, crimes contra a ordem tributária. Apura ainda a prática de obstrução de investigação criminal, que consistiu em pagar colaborador para mudar versão de depoimentos e pagar investigado para não celebrar acordo de colaboração.
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