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Cuiabá, 16 de Setembro de 2025
16 de Setembro de 2025

19 de Setembro de 2017, 11h:02 - A | A

PODERES / 13 ANOS DE PRISÃO

Juíza condena João Emanuel por viajar para os EUA e comprar Porsche com dinheiro da Câmara

Selma Arruda apontou desvio de R$ 1,5 milhão com a entrega de materiais e de prestação de serviços gráficos fictícios.

CAROL SANFORD
DA REDAÇÃO



A juíza Selma Arruda, da Vara de Combate ao Crime Organizado, condenou o ex-vereador João Emanuel a 13 anos e quatro meses de prisão por lavagem de dinheiro, enquanto presidia a Câmara de Cuiabá.

A decisão é do último dia 15 de setembro e Selma apontou desvio de R$ 1,5 milhão com a entrega de materiais e de prestação de serviços gráficos fictícios. Também foram condenados os funcionários comissionados do ex-vereador, Guedey Araújo, a seis anos e oito dias, e Lucas Henrique do Amaral, a três anos e oito meses.

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A magistrada detalhou que a lavagem de dinheiro, por meio da Propel Comércio de Materiais Ltda. ME, serviu para que João Emanuel fizesse uma viagem a Orlando, nos Estados Unidos, com a então mulher, a deputada Janaina Riva (PMDB), e a cunhada Jéssica Riva, além da compra de um veículo Porsche Boxter, no valor de R$ 318 mil, sendo R$ 50 mil oriundo do desvio, e na reforma da casa de seu ex-sogro, o ex-deputado José Riva.

A ação foi resultante da delação do ex-deputado Maksuês Leite e Selma apontou a forma como os desvios ocorriam, em sua decisão.

Tão logo os valores ingressaram nas contas correntes da empresa, na mesma data, foram emitidos vários cheques pela referida empresa, alguns dos quais foram repassados ao acusado João Emanuel Moreira Lima. Parte desses valores foi utilizada para pagamento de despesas pessoais do referido acusado, como, por exemplo, a reforma da casa de seu ex-sogro”, escreveu.

Selma ainda declarou que o ex-vereador não conseguiu explicar a origem dos valores e considerou o esquema “descarado”.

O esquema foi tão descarado que parte dos valores foi utilizado diretamente pelo acusado João Emanuel na entrada do pagamento da compra de um veículo de luxo, na aquisição de pacote para viagem internacional do referido acusado e alguns familiares, na reforma da casa de seu ex-sogro, dentre outros. Ademais, o próprio acusado João Emanuel Moreira Lima aparece como beneficiário direto de uma das cártulas, sendo que efetuou o saque do valor da mesma no caixa da Agência 3113 no mesmo dia. Aqui, faço apenas uma ressalva de que tais questões não foram tipificadas na denúncia, eis que o capital ilícito foi utilizado diretamente pelo acusado”, relatou a magistrada.

João Emanuel já tinha recebido condenação de 18 anos e 305 dias de prisão pelo desvio do dinheiro público. Atualmente, ele está preso no Centro de Custódia da Capital e não poderá recorrer em liberdade.

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