LAÍS FERREIRA
As obras de mobilidade urbana que ocorrem em Cuiabá, por conta da Copa de 2014, alteraram a rotina dos que estavam acostumados a fazer caminhadas no maior parque da cidade, o Mãe Bonifácia, localizado na Avenida Miguel Sutil.
Com aproximadamente 77 hectares, o local sempre foi muito frequentado por pessoas que vão se exercitar, levar os filhos para piqueniques, assistirem peças teatrais e lazer em geral. No entanto, após o início das obras de construção do viaduto, sobre a entrada do bairro Despraiado, o fluxo de visitantes apresentou uma queda significativa.
Segundo o gerente do parque, Celso Benedito Pinheiro Ferreira, antes das obras cerca de 500 pessoas costumavam circular diariamente pelo local e nos finais de semana, no entanto, esse número subia para 2 mil.
“Pelo Mãe Bonifácia circulavam 500 pessoas em dias úteis e, nos finais de semana duas mil, mas
os números tiveram uma queda acentuada após o início da construção do viaduto”. O gerente afirmou que acredita na possibilidade de essa queda estar relacionada ao fato de muitos não terem conhecimento de uma segunda entrada, que fica localizada na rua Major Severiano de Queiróz.
Vale lembrar que as obras de mobilidade se concentraram apenas na Miguel Sutil e bloquearam por completo a entrada ao parque pela avenida. “Nem todas as pessoas têm conhecimento da outra entrada”, disse ele.
MAL NECESSÁRIO
O secretário extraordinário da Copa do Mundo, Maurício Guimarães, afirmou que não há como construir um grande empreendimento sem causar impacto na vida da comunidade, e para minimizá-los trabalhos de divulgação foram feitos como forma de alertar e orientar aqueles que frequentavam o local. “É evidente que não há como construir nada sem impactar na vida das pessoas, por essa razão, começamos a construir pela lateral para que posteriormente déssemos continuidade”, disse. Ele acrescentou que apesar da inicial dificuldade de acesso, futuramente, as pessoas devem ser contempladas com benfeitorias.
Wilson Carlos é frequentador do parque e, segundo ele, as obras são transitórias e devem contribuir para o bom funcionamento da via pública. No entanto, ele afirmou que percebeu a redução do movimento no local. “Há dez anos, eu e a minha esposa frequentamos o Mãe Bonifácia para fazemos caminhada. Durante esse tempo, percebemos que houve, de fato, uma queda significativa no fluxo pessoas. Porém, mesmo com essa queda, acredito que as obra são necessárias”, disse ele.
A estudante, Cyzara Pepp afirmou que costumava levar a filha ao parque semanalmente. Com o início da construção, passou a levá-la apenas uma vez ao mês.Ela disse que acredita no sucesso do empreendimento, que segundo ela, dará fluidez no trânsito.
Já o comerciante, Emanuel Francisco, afirma que a mudança de rota contribuiu para com as vendas de água de coco. “Para entrar ao parque, as pessoas são obrigadas a passarem pela Rua Major Severiano de Queiroz, local onde comercializo água de coco. Após essa alteração de rota, minhas vendas aumentaram consideravelmente”, explicou.
OUTRAS OPÇÕES
O coordenador de Unidades de Conservação da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), Alexandre Batistela, lembrou que além do Parque Mãe Bonifácia, os cuiabanos têm mais opções de lazer, como: o parque Zê Bolo Flô, localizado no bairro Coxipó e o Massairo Okamura, na Avenida Rubens de Mendonça.. Além deles, a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) também é utilizada para prática de esportes e lazer.
Batistela disse que mesmo com os atuais problemas, a frequência se mantém no parque Zé Bolo Flô e Massairo Okamura.
A construção do viaduto começou no dia 3 de julho. O viaduto terá 325 metros de comprimento e será executado pelo Consórcio Atracon, formado pelas empresas Atrativa e Constral. Além disso, o consórcio será responsável por realizar adequações viárias na entrada da Avenida Marechal Deodoro até o trecho de acesso ao Centro de Eventos do Pantanal, totalizando 1,8 Km. O valor total da obra é de R$ 18,9 milhões e deverá ficar pronta em um ano.
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