GUSTAVO CASTRO
DO REPÓRTERMT
O delegado da Delegacia Especializada de Delitos de Trânsito (Deletran), Cristian Cabral, confirmou que o casal de engenheiros Priscilla Yvana Furoni Silva, de 33 anos, e Giovani Vinícius Curvo Santiago Silva, 34, mortos em um acidente na noite de sexta-feira (24), estava sendo perseguido por outro veículo instantes antes da colisão. O caso foi registrado na região do CPA 1, em Cuiabá.
Segundo o delegado, tudo começou com uma desavença no trânsito entre o Renault Sandero, dirigido por Giovani, e um Chevrolet Prisma ocupado por três pessoas: um homem, a esposa e o filho do casal. Ambos trafegavam pela região do Parque das Nascentes, quando o Prisma teria ingressado na via preferencial e “fechado” a passagem do Sandero.
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“O condutor do Sandero, ao se sentir trancado, buzinou insistentemente. O motorista do Prisma, irritado com a reação, abriu o vidro e fez um gesto obsceno em direção ao outro carro. A partir daí, a situação saiu de controle”, relatou Cabral.
De acordo com ele, os dois veículos chegaram a se tocar durante a confusão.
“Houve uma pequena colisão entre a parte traseira do Sandero e a dianteira do Prisma, mas nada grave, algo que não passa de R$ 500 de prejuízo. Mesmo assim, os ânimos se exaltaram”, detalhou.
Após o toque, o motorista do Sandero seguiu em alta velocidade, sendo perseguido pela família que estava no Prisma.
“Eles alegam que queriam apenas identificar o condutor para cobrar os danos. Mas, na prática, essa perseguição acabou sendo determinante para o desfecho trágico”, afirmou o delegado.
Durante o trajeto, a passageira do Prisma chegou a descer do carro na tentativa de conversar com os ocupantes do Sandero, mas o outro veículo seguiu em fuga. Pouco depois, na Avenida Joinville, o Renault Sandero foi atingido em cheio por uma Mercedes-Benz, sendo arremessado contra um poste. Priscilla e Giovani morreram ainda no local. Um cachorro que estava com o casal sobreviveu.
Cabral destacou que a família que estava no Prisma se apresentou espontaneamente na Deletran hoje (28) e prestou depoimento. O delegado explicou que eles vão responder por omissão de socorro.
“Eles confirmaram que houve a discussão, o toque entre os carros e a perseguição. Com base nisso, os três deverão responder por omissão de socorro, já que deixaram o local sem prestar assistência após o acidente”, disse.
Imagens de câmeras de segurança mostram o Sandero passando em alta velocidade antes da batida. A Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) também acompanha o caso, já que a dinâmica indica que a perseguição pode ter contribuído diretamente para o acidente fatal.
“Foi uma sucessão de atitudes impensadas: uma fechada, um gesto, um toque de leve... e o resultado foi a perda de duas vidas. O trânsito não é lugar para disputa de ego”, concluiu o delegado.






















