KEKA WERNECK
DA REDAÇÃO
Após um dia tumultuado em Brasília, o governador Pedro Taques (PSDB) defendeu publicamente o impeachment da presidente Dilma Roussef (PT) e também a cassação do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB).
Taques fez uma avaliação positiva quanto ao impeachment de Dilma.
“Já defendo isso há muito tempo. Enquanto muitos se acovardavam eu defendi isso junto à imprensa, defendi isso em entrevistas. O Brasil está parado, o Brasil está numa crise, em uma recessão. Este ano o PIB vai cair 4% no Brasil todo. Aqui em Mato Grosso, nós teremos um PIB de 2,9% de crescimento e já existe previsão de que ano que vem vai cair mais 3% no pais”, comentou o governador.
Segundo ele, esta crise tem nome. “É a falta de competência para administrar, o amadorismo no administrar”, criticou, após cerimônia de entrega de viaturas para o Corpo de Bombeiros, na Arena Pantanal.
Quanto a Cunha, Taques disse que também não concorda com chantagem.
“Espero que essa decisão da Câmara não seja instrumento de chantagem porque o presidente da Câmara também está merecendo afastamento”, opinou.
QUEDA DE BRAÇO
Cunha aceitou o pedido de abertura de processo de impeachment, após o PT decidir votar favorável ao parecer do deputado Fausto Pinato (PRB-SP), que pede a continuidade do processo contra o presidente da Câmara, no Conselho de Ética por suposta quebra de decoro parlamentar.
Cunha é acusado de ocultar contas na Suíça com depósitos de milhões de dólares provenientes de corrupção, segundo a Operação Lava Jato. Ele já foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) ao Supremo Tribunal Federal, que ainda tomará uma decisão sobre a abertura de um processo penal.
Com a decisão da bancada petista, os três deputados que integram o colegiado – Zé Geraldo (PA), Leo de Brito (AC ) e Valmir Prascidelli (SP) – votaram com o relator e contra Cunha.
Contrariado, Cunha aceitou o pedido protocolado pelos advogados Hélio Bicudo, Miguel Reale Junior e Janaína Paschoal. Ao apresentar o pedido, em outubro, Miguel Reale Junior informou que os juristas usaram como argumento a decisão do Tribunal de Contas da União (TCU) que rejeitou as contas do governo de Dilma de 2014. É o caso que ficou conhecido como “pedaladas fiscais”.