Câmara finaliza legislatura envolta em escândalos e corrupção

ANA ADÉLIA JÁCOMO

Ao final de mais uma legislatura, a Câmara de Cuiabá permanece intricada em meio a casos polêmicos de corrupção e escândalos administrativos. Neste ano, a Casa foi alvo de uma CPI, presidida pelo vereador e engenheiro civil Edivá Alves (PSD), referente a última reforma do prédio, ocorrida em 2009, durante a gestão de Deucimar Silva (PP). Além disso, os vereadores são criticados por aprovar projetos polêmicos supostamente a "toque de caixa".

A investigação tentou apurar um superfaturamento de R$ 1,1 milhão, no entanto, para espanto de muitos, os parlamentares simplesmente perderam o prazo do procedimento e todo trabalho de apuração, que durou cerca de quatro meses, foi arquivado. Curiosamente, não houve nenhum indiciado e o montante nunca foi recuperado.

Outro caso que gerou muita indignação foi a aprovação da concessão do serviço público da extinta Sanecap. Durante audiência pública, que debatia melhorias para o abastecimento de água e coleta de esgoto, os vereadores votaram, sem discutir com a sociedade, a “privatização” do setor e concederam por trinta anos, podendo prorrogar por mais trinta, o serviço de distribuição e água da Capital.

Grande parte dos projetos enviados pelo prefeito Chico Galindo (PTB) foram aprovados pela maioria na Câmara. Entre os mais criticados estão também o aumento do IPTU, que da mesma forma, foi aprovado sem muitos debates ou restrições. Como se não bastasse o aumento ocorrido no meio do ano, agora, às vésperas do fim de seu mandato, Galindo anunciou um novo aumento.

O reajuste de 25% entrará em vigor a partir de janeiro de 2013, e prevê um aumento na alíquota predial do imposto de 0,4% para 0,5%. Além disso, também dobrou o valor referente à isenção. A partir de agora, não pagarão IPTU aqueles que têm imóvel avaliados em até R$ 50 mil. A medida está sendo repudiada por membros da sociedade organizada.

Para finalizar o ano, a Câmara aprovou, em sessão extraordinária na tarde da última sexta-feira (21), o aumento do salário dos vereadores, prefeito, vice e secretários municipais. Agora, o prefeito passará a ganhar mais de R$ 22 mil – um aumento de 46,66%.


Além disso, o prefeito terá direito a uma verba indenizatória de R$ 20 mil. O salário do vice-prefeito de Cuiabá também foi aumentado em 114,2% – de R$ 7 mil, subiu para R$ 15 mil por mês. No caso dos vereadores, o aumento de salário aprovado foi de 63%, assim como dos secretários. Os parlamentares também ganham R$ 9,2 mil mensais atualmente, e passarão a ganhar R$ 15 mil.

REAÇÃO

O pleito deste ano, no entanto, trouxe uma grande renovação à Câmara. Dos 19 parlamentares, apenas 7 conseguiram se reeleger (Adevair Cabral, Domingos Sávio, Toninho de Souza, Júlio Pinheiro, Lueci Ramos, Chico 2000 e Clovito) fora isso, mais seis nomes foram inseridos na Casa. No próximo ano serão 25 vereadores.

Confira a lista completa: