THIAGO NOVAES, GUSTAVO CASTRO
DO REPÓRTERMT
Nove policiais militares de Mato Grosso estão entre os alvos da Operação Fides Fracta, deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco) na manhã de hoje (26), para desarticular uma organização criminosa envolvida em agiotagem, extorsão, falsificação de documentos, lavagem de dinheiro e ocultação patrimonial.
Entre os investigado está o ex-policial Tiago Alves da Silva, apontado como líder do esquema. Tiago chegou a abrir uma loja de veículos e utilizava um avião particular para viajar entre Mato Grosso e Goiânia, onde mora um dos comparsas. Além dele, também são investigados os policiais da ativa Mário Sérgio de Oliveira, Pedro Antônio Norato Victor, Eloi Adriano Alfonso Moraes, Nilson Moraes de Aguiar e Oberdann Vinícius de Morais, além de dois PMs aposentados por incapacidade. Também integram o grupo criminoso Jonny Zielasko Junior e Victor Hugo Lucas Silva, este último atuando como contador responsável por parte da movimentação financeira.
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Além dos PMs, esposas, ex-esposas, familiares e amigos dos investigados também participavam do esquema.
Ao todo, a operação cumpriu 28 mandados de busca e apreensão e 22 de sequestro de bens contra 24 alvos.
Embora não houvesse mandados de prisão, cinco pessoas foram presas em flagrante por porte ilegal de arma. Segundo a delegada do Gaeco, Angelina de Andrade Ferreira, um dos presos mantinha 12 armas irregulares em casa.
O esquema
O delegado do Gaeco, Hércules Batista Gonçalves, que também é um dos responsáveis pelo caso, revelou à imprensa que a investigação teve início em 2021, a partir de um inquérito da Corregedoria da Polícia Militar instaurado para apurar o enriquecimento ilícito do PM líder do esquema.
Com isso, foi constatado que o policial, juntamente com seus comparsas, emprestava dinheiro com juros mensais de até 50%. Para colegas de farda, o juro praticado era de 15%.
O grupo chegou a abrir mais de dez empresas de factoring de fachada, mas, mesmo assim, realizava os empréstimos de pessoa física para pessoa física, usando as empresas apenas para lavagem de dinheiro.
Para receber de volta os valores emprestados, o grupo criminoso extorquia os “clientes” e, em alguns casos, praticava até o crime de tortura.
Nota da PM
A Polícia Militar, por meio de assessoria, enviou a seguinte nota sobre a operação:
A Polícia Militar de Mato Grosso informa que, como o próprio Ministério Público já divulgou, foi a Corregedoria-Geral da PM a responsável por denunciar os militares alvos da Operação Fides Fracta, deflagrada nesta quarta-feira (26). Todos os envolvidos já foram afastados de suas atividades ostensivas.
A PMMT ressalta que já adotou todas as providências de responsabilização administrativa dos envolvidos e que não coaduna com nenhum tipo de crime ou atividade ilícita por parte de seus integrantes.

























