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Cuiabá, 26 de Novembro de 2025
26 de Novembro de 2025

26 de Novembro de 2025, 12h:30 - A | A

POLÍCIA / ESQUEMA MILIONÁRIO

Nove PMs de MT são investigados na Operação Fides Fracta

Dos nove policiais, seis são da ativa, dois são aposentados por incapacidade e um pediu afastamento após ficar rico com o esquema criminoso

VANESSA MORENO
DO REPÓRTERMT



Nove policiais militares de Mato Grosso estão entre os alvos da Operação Fides Fracta, deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco) na manhã de hoje (26), para desarticular uma organização criminosa que praticava agiotagem, extorsão, falsificação de documentos, lavagem de dinheiro e ocultação patrimonial.

Dos nove PMs, seis são da ativa, dois são aposentados por incapacidade e outro, que atuava como líder do esquema, pediu exoneração dos quadros da Polícia Militar por enriquecimento ilícito. Ele chegou a abrir uma loja de veículos e usava um avião particular para se deslocar de Mato Grosso para Goiânia, onde mora um dos integrantes do grupo criminoso.

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LEIA MAIS: Policiais de Cuiabá e Várzea Grande são alvos do Gaeco por agiotagem, extorsão e lavagem de dinheiro

Além dos PMs, faziam parte do esquema esposas, ex-esposas, familiares e amigos. Ao todo, 24 pessoas foram alvos da operação, que cumpre 28 mandados de busca e apreensão domiciliar e 22 mandados de sequestro de bens.

Apesar de não haver mandados de prisão contra os alvos, cinco pessoas foram presas em flagrante durante o cumprimento das ordens judiciais, pois portavam armas sem registro. De acordo com a delegada do Gaeco responsável pelo caso, Angelina de Andrade Ferreira, um dos presos tinha 12 armas irregulares em casa.

Nota da PM

A Polícia Militar, por meio de assessoria, enviou a seguinte nota sobre a operação:

A Polícia Militar de Mato Grosso informa que, como o próprio Ministério Público já divulgou, foi a Corregedoria-Geral da PM a responsável por denunciar os militares alvos da Operação Fides Fracta, deflagrada nesta quarta-feira (26). Todos os envolvidos já foram afastados de suas atividades ostensivas.

A PMMT ressalta que já adotou todas as providências de responsabilização administrativa dos envolvidos e que não coaduna com nenhum tipo de crime ou atividade ilícita por parte de seus integrantes.

O esquema

O delegado do Gaeco, Hércules Batista Gonçalves, que também é um dos responsáveis pelo caso, revelou à imprensa que a investigação teve início em 2021, a partir de um inquérito da Corregedoria da Polícia Militar instaurado para apurar o enriquecimento ilícito do PM líder do esquema.

Com isso, foi constatado que o policial, juntamente com seus comparsas, emprestava dinheiro com juros mensais de até 50%. Para colegas de farda, o juro praticado era de 15%.

O grupo chegou a abrir mais de dez empresas de factoring de fachada, mas, mesmo assim, realizava os empréstimos de pessoa física para pessoa física, usando as empresas apenas para lavagem de dinheiro.

Para receber de volta os valores emprestados, o grupo criminoso extorquia os “clientes” e, em alguns casos, praticava até o crime de tortura.

“Alguns empréstimos chegavam ao absurdo de 50% de juros ao mês e ficou demonstrado também que para os colegas de farda eles cobravam juros de 15%. Então você percebe aí uma busca ao lucro a todo custo e o emprego de todos os meios para a concepção dos objetivos da organização, que era uma elevação patrimonial absurda, exponencial, que chegou ao patamar de movimentações milionárias”, explicou o delegado.

“Era empregada violência e grave ameaça contra várias vítimas. Há no inquérito vários boletins de ocorrência que demonstram que várias vítimas registraram ocorrência contra integrantes dessa organização criminosa”, concluiu.

O esquema de empréstimos a juros exorbitantes movimentou uma quantidade milionária de dinheiro, que segue sendo apurada pelo Gaeco. Inicialmente, foram constatadas movimentações aproximadas de R$ 1 milhão por integrante do grupo criminoso, ou seja, cerca de R$ 24 milhões. No entanto, os valores serão complementados com o término do cumprimento dos mandados de busca e apreensão e ao longo das investigações.

Até o momento, 11 veículos já foram sequestrados e 8 foram apreendidos. Houve ainda o sequestro de diversos imóveis. Um dos alvos chegou a adquirir 30 terrenos em seu nome com o lucro do esquema.

, deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco) na manhã de hoje (26), para desarticular uma organização criminosa que praticava agiotagem, extorsão, falsificação de documentos, lavagem de dinheiro e ocultação patrimonial.

Dos nove PMs, seis são da ativa, dois são aposentados por incapacidade e outro, que atuava como líder do esquema, pediu exoneração dos quadros da Polícia Militar em razão do enriquecimento ilícito. Ele chegou a abrir uma loja de veículos e usava um avião particular para se deslocar de Mato Grosso para Goiânia, onde mora um dos integrantes do grupo criminoso.

LEIA MAIS: Policiais de Cuiabá e Várzea Grande são alvos do Gaeco por agiotagem, extorsão e lavagem de dinheiro

Além dos PMs, faziam parte do esquema esposas, ex-esposas, familiares e amigos. Ao todo, 24 pessoas foram alvos da operação, que cumpre 28 mandados de busca e apreensão domiciliar e 22 mandados de sequestro de bens.

Apesar de não haver mandados de prisão contra os alvos, cinco pessoas foram presas em flagrante durante o cumprimento das ordens judiciais, pois portavam armas sem registro. De acordo com a delegada do Gaeco responsável pelo caso, Angelina de Andrade Ferreira, um dos presos tinha 12 armas irregulares em casa.

Nota da PM

A Polícia Militar, por meio de assessoria, enviou a seguinte nota sobre a operação:

A Polícia Militar de Mato Grosso informa que, como o próprio Ministério Público já divulgou, foi a Corregedoria-Geral da PM a responsável por denunciar os militares alvos da Operação Fides Fracta, deflagrada nesta quarta-feira (26). Todos os envolvidos já foram afastados de suas atividades ostensivas.

A PMMT ressalta que já adotou todas as providências de responsabilização administrativa dos envolvidos e que não coaduna com nenhum tipo de crime ou atividade ilícita por parte de seus integrantes.

O esquema

O delegado do Gaeco, Hércules Batista Gonçalves, que também é um dos responsáveis pelo caso, revelou à imprensa que a investigação teve início em 2021, a partir de um inquérito da Corregedoria da Polícia Militar instaurado para apurar o enriquecimento ilícito do PM líder do esquema.

Com isso, foi constatado que o policial, juntamente com seus comparsas, emprestava dinheiro com juros mensais de até 50%. Para colegas de farda, o juro praticado era de 15%.

O grupo chegou a abrir mais de dez empresas de factoring de fachada, mas, mesmo assim, realizava os empréstimos de pessoa física para pessoa física, usando as empresas apenas para lavagem de dinheiro.

Para receber de volta os valores emprestados, o grupo criminoso extorquia os “clientes” e, em alguns casos, praticava até o crime de tortura.

“Alguns empréstimos chegavam ao absurdo de 50% de juros ao mês e ficou demonstrado também que para os colegas de farda eles cobravam juros de 15%. Então você percebe aí uma busca ao lucro a todo custo e o emprego de todos os meios para a concepção dos objetivos da organização, que era uma elevação patrimonial absurda, exponencial, que chegou ao patamar de movimentações milionárias”, explicou o delegado.

“Era empregada violência e grave ameaça contra várias vítimas. Há no inquérito vários boletins de ocorrência que demonstram que várias vítimas registraram ocorrência contra integrantes dessa organização criminosa”, concluiu.

O esquema de empréstimos a juros exorbitantes movimentou uma quantidade milionária de dinheiro, que segue sendo apurada pelo Gaeco. Inicialmente, foram constatadas movimentações aproximadas de R$ 1 milhão por integrante do grupo criminoso, ou seja, cerca de R$ 24 milhões. No entanto, os valores serão complementados com o término do cumprimento dos mandados de busca e apreensão e ao longo das investigações.

Até o momento, 11 veículos já foram sequestrados e 8 foram apreendidos. Houve ainda o sequestro de diversos imóveis. Um dos alvos chegou a adquirir 30 terrenos em seu nome com o lucro do esquema.

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