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Cuiabá, 25 de Janeiro de 2025
25 de Janeiro de 2025

04 de Dezembro de 2015, 17h:10 - A | A

POLÍCIA / “ESQUEMA ENGENHOSO”

PF apreende carros de luxo para cobrir 'rombo' nas contas do Estado

Veículos Porsche, Audi, Mustang e uma LamborghinI seriam dos envolvidos no esquema, entre eles o ex-secretário Eder Moraes, o empresário Valdir Piran e donos de empreiteiras.

KEKA WERNECK
RAFAEL DE SOUSA



A Polícia Federal (PF) apreendeu durante a manhã desta quarta-feira (4) vários veículos de luxo de investigados na "Operação Ararath", que apura um suposto desvio de aproximadamente R$ 313 milhões em recursos públicos do Governo do Estado de Mato Grosso através de um esquema financeiro clandestino.

A intenção é usar estes veículos para ressarcir o erário estadual.

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Foram apreendidos carros das marcas Porsche (avaliado em até R$ 1 milhão), Audi (até R$ 1 milhão), Mustang (até 200 mil) e uma Lamborghini (que pode custa até R$ 10, 5 milhões). Os bens, que estão em posse de um fiel depositário, seriam de envolvidos no esquema financeiro ilegal, entre eles o ex-secretário Eder Moraes, o empresário Valdir Piran e donos de empreiteiras. A PF não detalhou os nomes dos proprietários e nem os valores reais dos "carrões". Também não informou quem está cuidando deles, para que não deteriorem em pátio institucional.

“Era feito um acordo, um contrato clandestino, entre o empreiteiro e a organização criminosa, um contrato que nunca viria a público e assim que a empreiteira recebesse o valor parte iria para a instituição clandestina”, explicou o delegado Faveri.

As investigações da ‘Ararath’, que 'correm' em segredo de Justiça, dão conta que uma das empreiteiras envolvidas no esquema, por exemplo, tinha R$ 200 milhões em precatórios para receber do Governo do Estado, mas só conseguiria receber o valor, administrativamente, repassando uma porcentagem do dinheiro a Eder. Os casos aconteceram durante a gestão do ex-governador e atual senador da República, Blairo Maggi (PMDB), em 2009. Até o momento, segundo a Polícia Federal, não há provas do envolvimento do senador com o esquema de corrupção instalado na Secretaria Estadual de Fazenda (Sefaz).

O delegado Marco Aurélio Faveri afirmou em entrevista coletiva, na tarde desta sexta-feira, que se trata-se de um “engenhoso trâmite financeiro envolvendo uma instituição financeira clandestina e acordos entre empreiteiros, empresários e servidores públicos que à época estavam no Governo do Estado”.

O delegado disse ainda que esse dinheiro ilegal, quando ia para o domínio das empreiteiras, tramitava em diversas contas das empresas. “Uma grande parcela, geralmente mais da metade do valor, ia para a conta da instituição financeira clandestina, que usava para pagar contratos simulados que eram feitos com um banco já investigado na Ararath (o BicBanco), que fazia contratos de empréstimo a grupos políticos”, detalhou o delegado.

“Era feito um acordo, um contrato clandestino, entre o empreiteiro e a organização criminosa, um contrato que nunca viria a público e assim que a empreiteira recebesse o valor parte iria para a instituição clandestina”, explicou o delegado Faveri.

Trata-se de um “engenhoso trâmite financeiro envolvendo uma instituição financeira clandestina e acordos entre empreiteiros, empresários e servidores públicos que à época estavam no Governo do Estado”, disse o delegado da PF.

Na 10° fase da Ararath, os agentes federais também apreenderam documentos e mídias em empresas, factoring, casas e apartamentos de supostos envolvidos no esquema.

Ao todo, foram cumpridas 47 medidas de busca e apreensão e 18 conduções coercitivas em nos estados de Goiás, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e no Distrito Federal. Só em Cuiabá, foram 15 pedidos de busca e apreensão e um de prisão contra o ex-secretário de Estado, Eder Moraes, por violar em 92 duas vezes os termos da utilização da tornozeleira eletrônica.

O ex-secretário Vivaldo Lopes, apontado como parceiro de Moraes, foi conduzido à superintendência da PF, interrogado e liberado, assim como o ex-secretário da Fazenda, Edmilson Santos. O empresário Piran foi conduzido à PF de Brasília.

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