APARECIDO CARMO
DO REPÓRTERMT
O advogado João Gustavo Ricci Volpato, apontado como líder do esquema criminoso que lesou o Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) em mais R$ 21 milhões, escreveu uma carta de próprio punho livrando a mãe e o irmão de responsabilidade sobre a gestão de duas empresas usadas na prática criminosa.
“Eu, João Gustavo R. Volpato, declaro que a gestão das empresas Labor F M e RV Cobrança estavam sob a minha gestão somente. E que a minha mãe, Luiza Rios Ricci Volpato, e meu irmão, Augusto Frederico Ricci Volpato, não tinham domínio da administração das mesmas”, diz a carta anexada ao processo. (Veja foto abaixo).
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Ele se refere às empresas Labor Fomento Mercantil LTDA e RV Empresa de Cobrança LTDA, ambas de João Augusto, sendo a primeira em sociedade com o irmão e a segunda em sociedade com a mãe.
Luiza Rios Ricci Volpato foi solta na audiência de custódia depois que João Augusto assumiu ser o responsável único pela empresa. O fato de ela ter 76 anos também foi levado em consideração.
João Augusto e Augusto Frederico permanecem presos.
O esquema consistia em ajuizar ações de execução, sem o conhecimento das partes rés, com assinaturas e documentos falsos, utilizando procurações falsas para representar vítimas que não haviam contratado os advogados envolvidos nos crimes. Eles também simulavam a quitação da dívida via depósito judicial, juntando comprovantes de pagamentos falsificados aos autos dos processos.
Os servidores do TJ criavam planilhas falsas simulando os depósitos na Conta Única da Corte estadual, permitindo assim a obtenção fraudulenta de alvarás judiciais, para migrar o respectivo valor da conta do Judiciário para a conta vinculada ao processo.