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Cuiabá, 16 de Outubro de 2025
16 de Outubro de 2025

16 de Outubro de 2025, 16h:07 - A | A

POLÍCIA / GOLPE DO NOVINHO

Bandidos usam nudes para extorquir vítimas em MT e tomam até R$ 2 milhões de empresário cuiabano

Os criminosos utilizam perfis falsos em redes sociais para se aproximar das vítimas, conquistam a confiança e depois ameaçam divulgar imagens íntimas caso não recebam valores em dinheiro

DO REPÓRTERMT



Um novo golpe, conhecido como “golpe do novinho” vem se espalhando em Mato Grosso e outros estados. Nessa modalidade, os bandidos utilizam fotos íntimas enviadas pelas vítimas para aplicar extorsão. 

O crime começa da seguinte forma: bandidos usam perfis falsos em redes sociais com fotos de jovens bonitos(as) para se aproximar das vítimas, conquistam a confiança e chegam a trocar fotos e vídeos íntimos. Depois disso, ameaçam divulgar imagens íntimas caso não recebam valores em dinheiro.

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Em seguida, outro criminoso entra em cena, se passando por policial civil ou parente do(a) jovem, alegando que ele(a) é menor de idade e que a vítima estaria envolvida em crime de pedofilia ou em situação delicada. A partir daí, o criminoso passa a exigir transferências financeiras para “resolver o problema”.

Um dos casos mais emblemáticos desse tipo de golpe ocorreu com um empresário cuiabano, que perdeu cerca de R$ 2 milhões. O homem foi coagido a transferir valores altos sob ameaça de exposição de supostas imagens íntimas e envolvimento com menores de idade. 

 Leia mais - Empresário de Cuiabá transferiu mais de R$ 2 milhões para não ter vídeos íntimos divulgados

Em entrevista ao programa SBT Cuiabá, um outro homem que foi vítima do golpe, contou que acreditava estar flertando com uma pretendente. "Ele me seguiu no Instagram, eu segui de volta. Ele começou a puxar assunto e aí a conversa foi indo e aí evoluiu para troca de mensagens íntimas.”

O modus operandi foi o mesmo utilizado pelos golpistas. Ele relatou que uma pessoa se passando por delegado entrou em contato com ele e ameaçou revelar o suposto caso de assédio.

"Eu recebi uma mensagem no WhatsApp de uma pessoa que se passava como delegado do Rio Grande do Sul, dizendo que familiares da pessoa, do menino, tinham procurado a delegacia, dizendo que tinham encontrado fotos íntimas no celular do menino, né? E esse delegado dizia que a família estava lá, desesperada, porque falou que o menino ia se matar, que ele sofria de transtorno de depressão. E aí, esse suposto delegado queria que eu fizesse uma transferência em dinheiro para ajudar a pagar os custos de tratamento desse menino", contou a vítima, em entrevista ao programa nesta terça-feira (14). 

Em entrevista ao programa SBT Cuiabá, o delegado Pablo Carneiro reforçou a necessidade de estar atento para não cair nesse golpe. O delegado também reforça que mesmo fotos enviadas com “visualização única” podem ser registradas por outro aparelho. A orientação é denunciar imediatamente qualquer tentativa de extorsão, sem realizar transferências.

"A partir do momento que essa mulher envia foto para esse golpista ele passa a extorquir ela. Nesse caso específico da mulher já não entra mais, via de regra, essa questão de ter a presença de uma autoridade falando que era menor de idade. A mulher já por já ter essa culpa por ter mandado aquela foto íntima ela já fica muito mais suscetível a ceder as extorsões. Eu conversei com colegas que atuam no Estado e no Brasil inteiro, e nós vemos sim um aumento nessa modalidade, onde as mulheres são vítimas desse golpe.", disse o delegado.

OPERAÇÃO PHANTON

Em março desse ano, a Polícia Civil de Mato Grosso, por meio da Delegacia Especializada de Repressão a Crimes Informáticos (DRCI), e a Delegacia de Polícia de Repressão a Crimes Informáticos e Defraudações, da Polícia Civil do Rio Grande do Sul, deflagraram a Operação Phantom, que tinha como alvo aa desarticulação de um grupo criminoso especializado em crime de sextorsão, que envolve a extorsão mediante o uso de imagens íntimas das vítimas. A investigação começou a partir de golpe aplicado contra um empresário de Cuiabá que repassou mais de R$ 2 milhões aos criminosos.

Na operação, são cumpridas 28 ordens judiciais, sendo 13 mandados de prisão e 15 de busca e apreensão, expedidos pelo Núcleo de Inquéritos Policiais (Nipo) de Cuiabá, após investigações da Polícia Civil de Mato Grosso, iniciadas em 2021.

Os mandados são cumpridos nos municípios de Bento Gonçalves (RS), Caxias do Sul (RS), Guaporé (RS) e Itajaí (SC). A operação contou com o apoio da 8ª Região Policial da Polícia Civil do Rio Grande do Sul e da Divisão de Investigação Criminal de Itajaí (DIC/Itajaí). 

A investigação, conduzida pelo delegado adjunto da DRCI, Gustavo Godoy Alevado, revelou que os criminosos se passavam por policiais e parentes de supostas vítimas para extorquir empresários, na modalidade conhecida como “sextorsão”.

Diante das provas reunidas nas investigações da DRCI, foi representado pelas ordens judiciais contra os investigados, sendo determinado pela Justiça, além das prisões, o sequestro de bens móveis e imóveis, bem como o bloqueio de contas bancárias dos investigados.

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