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Cuiabá, 16 de Setembro de 2025
16 de Setembro de 2025

10 de Maio de 2017, 11h:30 - A | A

POLÍCIA / FRAUDE DE R$ 65 MILHÕES

Agente da Sefaz teria recebido R$ 1,2 milhão em propina da Caramuru Alimentos

O montante é apontado pelo advogado que denunciou o esquema de sonegação fiscal ao Ministério Público do Estado.

CAMILA PAULINO
DA REDAÇÃO



O agente tributário da Secretaria de Fazenda do Estado, André Neves Fantoni, preso na semana passada pela Delegacia Fazendária (Defaz), teria recebido R$ 1,2 milhão em propina da empresa Caramuru Alimentos para reduzir tributos de R$ 65,9 milhões para R$ 315 mil em 2014. O esquema foi revelado pelo advogado Themystocles Ney de Azevedo de Figueiredo ao Ministério Público Estadual e resultou na Operação Zaqueus, que culminou na prisão de dois outros agentes da Sefaz: Alfredo Menezes Mattos Junior e Farley Coelho Moutinho 

O advogado que entregou o esquema, por medo de ser preso, afirmou que os valores eram recebidos na conta corrente do escritório de advocacia Figueiredo e Figueiredo Advogados Associados, como uma consultoria jurídica e repassados aos agentes por meio de cheques, transferências bancárias, pagamentos de boletos ou em dinheiro.

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Além da propina paga a Fantoni, o advogado disse que Alfredo Junior recebeu R$ 190 mil.

Os pagamentos teriam sido feitos diretamente para Alfredo Júnior, em seu apartamento, por meio de cheques e para André Fantoni, por boletos, transferência a terceiros e em dinheiro.

Themystocles de Figueiredo decidiu revelar o caso ao Ministério Público em dezembro do no ano passado, depois que o nome da empresa Caramuru Almimentos passou a ser alvo de denúncias do então candidato a prefeito de Cuiabá, Wilson Santos (PSDB), que apontava que a mesma havia pago propinas na ordem de R$ 4 milhões para para receber benefício de incentivos fiscais. O caso em questão envolvia a cunhada e o irmão do prefeito Emanuel Pinheiro (PMDB), mas a Defaz afirma que a fraude denunciada por Themystocles não tem qualquer relação com a denúncia feita por Wilson.

Os três agentes André Neves Fantoni, Alfredo Menezes Mattos Junior e Farley Coelho Moutinho estão presos desde que a operação foi deflagrada no dia 3 de maio.

Os agentes acusados tinham escalas de trabalho em que exerciam a função por apenas 10 dias no mês. De acordo com o Portal Transparência do Governo do Estado, os fiscais tinham rendimentos de aproximadamente R$ 20 mil. Um deles era morador da cidade do Rio de Janeiro (RJ).

Fantoni

Em seu perfil no Facebook, André Fantoni ostenta vida agitada entre baladas e viagens a pontos turísticos nacionais e para o exterior.

O agente de tributos também se identifica como  consultor e professor na empresa Estratégia Concursos; CEO na empresa After Concursos; autor de Livros e ex-capitão da Marinha.

 

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