APARECIDO CARMO
DO REPÓRTERMT
A Polícia Civil cumpriu, nesta terça-feira (19), novas ordens de prisão contra o advogado Roberto Luís de Oliveira e duas lideranças do Comando Vermelho no médio norte de Mato Grosso: Robson Júnior Jardim dos Santos e Tiago Teles. Os três já estavam presos, de modo que as ordens de prisão foram cumpridas nas unidades prisionais em que se encontram.
Luís está preso no batalhão da Força Tática, em Sinop. Tiago está na Penitenciária Central do Estado (PCE). E Robson está na penitenciária Ahmenon Lemos Dantas, em Várzea Grande.
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Eles são acusados de matarem Riquelme Souza Félix e Joel Pereira Silva, em um tribunal do crime, em maio de 2022.
Roberto Luís, que foi preso na semana passada na Operação Gravatas, é apontado como o líder de uma organização criminosa formada por outros três advogados e um policial militar que prestava auxílio jurídico para as lideranças da facção, que estão no sistema prisional.
Conforme revelou a investigação, as vítimas foram sequestradas e amarradas em um local de mata próximo ao município de Itanhangá, em abril de 2022. No local, os executores realizaram uma videochamada com os líderes da facção para decidirem sobre a morte das vítimas.
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Nesse meio tempo, uma das lideranças da facção entrou em contato com Roberto Luís para que realizasse um levantamento de informações a respeito de possíveis passagens criminais das vítimas nos estados de Pernambuco e São Paulo. Nesses dois estados o crime organizado é comandado pelo Primeiro Comando da Capital (PCC), principal rival do Comando Vermelho.
Em tempo real, o advogado enviou ao “patrão” os registros obtidos nos sistemas do Judiciário, comprovando que os dois sequestrados tinham envolvimento com a criminalidade em suas regiões de origem, mesmo tendo ciência de que as vítimas estavam sequestradas, em poder dos faccionados.
Após a confirmação, as vítimas receberam o seu veredito: a condenação. Eles foram torturados, esfaqueados e, ainda estando vivos, foram decapitados. O crime bárbaro foi filmado e as imagens compartilhadas com os líderes da facção.
“Assim, o advogado aderiu à conduta dos líderes e consentiu com o resultado da morte, atuando à margem da lei e sem respeitar os princípios éticos que regem a entidade da categoria”, pontuou o delegado responsável pela investigação, Guilherme Pompeo.
O crime
Riquelme Souza Félix, 22 anos, e Joel Pereira Silva, 26 anos, foram dados como desaparecidos no dia 29 de abril, quando não apareceram na empresa de construção civil onde trabalhavam, na cidade de Tapurah.
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No dia 6 de maio, a Polícia Civil recebeu a informação de que dois corpos haviam sido encontrados em uma área de mata, próximo ao limite com a cidade de Itanhangá. Naquela altura, os cadáveres já estavam em estado de decomposição. As mãos e os pés estavam amarrados.
Dois criminosos foram condenados pela Justiça por participação na execução das vítimas. Alysson Matos de Oliveira foi condenado a 26 anos de prisão enquanto Wellington Santos de Melo recebeu a pena de 34 anos e dois meses de reclusão.
















