DA REDAÇÃO
A Polícia Federal (PF) cumpriu na manhã desta quinta-feira (14) mandado de busca e apreensão no apartamento do ministro da Agricultura, Blairo Maggi (PP), na Asa Sul, zona nobre de Brasília. Maggi foi apontado como um dos líderes da quadrilha que se instalou no governo de MT, durante a gestão de Silval Barbosa, delator do ministro.
Documentos, um malote e uma CPU de computador foram levados da casa do ministro pela investigação. Logo pela manhã desta quinta-feira (14), os carros da PF cercaram o prédio funcional do Senado Federal na Asa Sul de Brasília, onde mora Maggi, que é senador licenciado. Funcionários e policiais legislativos do Senado acompanharam as buscas da PF.
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Além do apartamento em Brasília, a PF também cumpre mandados no apartamento de Maggi em Cuiabá e na sede da empresa do ministro, a Amaggi.
Silval relatou que o senador Cidinho Santos (PR-MT) prometeu ajuda de Blairo, do atual governador de Mato Grosso, Pedro Taques (PSDB), e do senador Wellington Fagundes (PR-MT) para que ele não fizesse delação premiada. A PGR homologou a delação de SB em agosto, pelo ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF). Fux disse que era uma delação monstruosa, dado ao tamanho do roubo e os nomes nela contidos.
Na delação, Silval Barbosa contou à Procuradoria Geral da República (PGR) como funcionava o esquema de corrupção no governo de Mato Grosso. O delator foi vice-governador no segundo mandato de Blairo – de 2007 a 2010.
O ministro Blairo Maggi foi implicado pelo ex-governador Silval Barbosa (PMDB), que em delação premiada gravou políticos recebendo maços de dinheiro. Emanuel Pinheiro foi um dos gravados, mas negou qualquer ato ilícito. Silval delatou crimes praticados por si mesmo e aliados do Mato Grosso.
Segundo o delator, o atual ministro da agricultura teria comprado o silêncio de um delator. Por R$ 3 milhões que teriam sido pagos em dinheiro vivo, o ex-secretário de Estado de Mato Grosso Éder Moraes mudou depoimento dado à Justiça em 2014. O objetivo da mudança seria inocentar Maggi. “Blairo Maggi concordou em pagar R$ 3 milhões para que Eder se retratasse das declarações”, afirmou Silval Barbosa. Outros R$ 3 milhões teriam sido pagos por Silval. O ex-secretário negou o recebimento ilícito. (Atualização 10h15).
Outro lado
Por meio de nota, o ministro Blairo Maggi nega que esteja obstruindo a Justiça e que nunca houve pagamentos feitos por ele ao ex-secretário de Fazenda Eder Moraes.
Veja íntegra da nota
"Sobre a operação realizada pela Polícia Federal nesta quinta-feira (14), esclarecemos que:
1. Nunca houve ação, minha ou por mim autorizada, para agir de forma ilícita dentro das ações de Governo ou para obstruir a justiça. Jamais vou aceitar qualquer ação para que haja "mudanças de versões" em depoimentos de investigados. Tenho total interesse na apuração da verdade.
2. Ratifico ainda que não houve pagamentos feitos ou autorizados por mim, ao então secretário Eder Moraes, para acobertar qualquer ato, conforme aponta de forma mentirosa o ex-governador Silval Barbosa em sua delação.
3. Jamais utilizei de meios ilícitos na minha vida pública ou nas minhas empresas. Sempre respeitei o papel constitucional das Instituições e como governador, pautei a relação harmônica entre os poderes sobre os pilares do respeito à coisa pública e à ética institucional.
4. Por fim, ressalto que respeito o papel da Justiça no cumprimento do seu dever de investigação, mas deixo claro que usarei de todos os meios legais necessários para me defender e reestabelecer a verdade dos fatos."
Ministro Blairo Maggi