FERNANDA ESCOUTO
APARECIDO CARMO
O governador Mauro Mendes (União Brasil) afirmou que agentes públicos que cometerem crimes serão investigados “doa a quem doer”. A declaração foi feita após ele ser questionado sobre a Operação Perfídia, que teve os vereadores de Cuiabá Sargento Joelson (PSB) e Chico 2000 (PL) como alvos.
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“Toda vez que tem uma operação, eu lamento porque continuam acontecendo problemas de desvios. Parabenizo as Forças de Segurança, a Polícia Civil, que está investigando e, dor a quem doer, tem que investigar”, disse Mauro.
Chico 2000 e Sargento Joelson são acusados de cobrar propina da HB20 Construções, empresa responsável pelas obras do Contorno Leste, na Capital.
“Que seja garantido a todos o direito de defesa. Mas é papel da polícia investigar, do Judiciário recepcionar essas investigações, analisar e, quando tem procedência, o Ministério Público denuncia. E tem que ser levado aos critérios da lei às consequências daquilo que os agentes públicos fazem”, destacou o governador.
“Nenhum cidadão está acima da lei. Todos têm que ser processados se cometerem alguma coisa errada”, completou.
Operação Perfídia
De acordo com a investigação, os parlamentares teriam se comprometido a viabilizar uma certidão que permitiria ao município parcelar dívidas tributárias, medida que facilitaria a liberação de pagamentos pendentes à HB 20 Construção, que, com isso, acabou recebendo o pagamento de R$ 4.849.652,46.
Ainda segundo a investigação, Sargento Joelson teria dito ao funcionário da construtora, que atuava como intermediador da empresa, que o montante recebido seria dividido entre outros parlamentares para garantir o quórum necessário para a aprovação do projeto que permitiu o parcelamento das dívidas do município e o pagamento à HB 20 Construção.
O esquema teria ocorrido entre 2023 e 2024, na gestão de Emanuel Pinheiro (MDB), e a denúncia do esquema que resultou na operação partiu do prefeito de Cuiabá Abilio Brunini (PL) quando ele ainda era deputado federal.
Além dos vereadores, também foram alvos da Operação Perfídia o dono e dois funcionários da construtora. Eles foram identificados como José Márcio da Silva Cunha, Glaudecir Duarte Preza e Jean Martins e Silva Nunes.
Chico 2000 e Sargento Joelson foram afastados dos cargos e estão proibidos de acessar a Câmara Municipal e a empresa HB 20 Construções. Eles também não podem manter contato com funcionários da empresa e testemunhas do caso.
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