APARECIDO CARMO
DO REPÓRTERMT
O governador Mauro Mendes (União) vê com desconfiança as medidas anunciadas pelo Governo Federal para auxiliar os setores mais afetados pelo tarifaço americano. Para Mauro, são medidas paliativas que não atuam no cerne da questão.
“Eu vi o anúncio do pacote, é um pouco de financiamento, é uma postergação de prazo para pagamento de impostos, mas são medidas paliativas. É como você ter um câncer, um diagnóstico de câncer, e começar a tomar dipirona, novalgina ou algum chá. É bom, vai aliviar a dor no primeiro momento? Vai, mas não vai resolver o problema”, disse.
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assinou, no último dia 13, uma medida provisória (MP) com uma série de ações de socorro aos produtores afetados pelo tarifaço de 50% imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, às exportações brasileiras, que entrou em vigor em 6 de agosto.
As ações incluem a oferta de linhas de crédito subsidiadas, adiar a cobrança de impostos e compras governamentais de alimentos dos setores impactados. O pacote também prevê que as empresas beneficiadas sejam obrigadas a manter empregos.
Conforme o governador de Mato Grosso, é o diálogo entre os governos brasileiro e americano que vai ajudar na resolução da crise. Lula vem sendo criticado por nomes da oposição por não ter telefonado para Donald Trump, como outros líderes mundiais fizeram, inclusive o presidente chinês Xi Jinping.
“Nós temos é que de alguma forma, com o diálogo, construir uma solução para esse problema. Não é se ausentando dele ou ficar tomando as medidas paliativas aqui que vai resolver. Porque se o embargo continuar ou se essa crise diplomática com os Estados Unidos aumentar, isso vai ser muito ruim”, avaliou.
Para Mauro, de nada adianta postergar o prazo para pagamento de imposto se no prazo que a medida tiver validade não for encontrada uma solução, seja por meio da negociação com os EUA ou com a abertura de novos mercados.
“Eu acho que o governo está correto quando ele faz alguma medida. Eu louvo isso, mas a medida mais correta é insistir no diálogo e fazer um diálogo para tentar evitar que essa escalada continue”, finalizou.