Desde a redemocratização, Cuiabá nunca elegeu prefeito de esquerda

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Palácio Alencastro é a sede da Prefeitura de Cuiabá.

APARECIDO CARMO
DO REPÓRTERMT

Considerada uma das capitais mais “bolsonaristas” do Brasil, a cidade de Cuiabá nunca elegeu um prefeito de esquerda desde a redemocratização do país. E a tradição foi mantida com a vitória de Abilio Brunini (PL) sobre Lúdio Cabral (PT) nesse domingo (27).

Desde 1985, com o surgimento da Nova República e a volta do voto direto, as eleições cuiabanas foram protagonizadas por nomes da direita, como Dante de Oliveira, Frederico Campos e Roberto França que tiveram oponentes também de direita.

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Em 2000, o Partido dos Trabalhadores conseguiu furar essa bolha com a candidatura de Serys Slhessarenko, que não conseguiu superar o candidato Roberto França, que disputava a reeleição.

Em 2004, o PT lançou o nome de Alexandre César, que foi para o segundo turno com uma diferença de menos de três pontos percentuais se comparado com a votação de Wilson Santos. Naquele ano, venceu o então candidato do PSDB.

Quatro anos depois, a eleição voltaria a ser protagonizada por dois nomes da direita. Wilson Santos e Mauro Mendes foram para o segundo turno, vencido pelo candidato à reeleição.

O PT retornaria com competitividade na disputa de 2012, com Lúdio Cabral, que disputou contra Mauro Mendes. Os dois foram para o segundo turno e Mendes venceu por uma diferença de menos de cinco porcento.

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Em 2016, a eleição foi protagonizada por dois nomes de partidos do chamado “centrão”: Emanuel Pinheiro (MDB) e Wilson Santos, à época ainda filiado ao PSDB. Pinheiro venceu o segundo turno com mais de 60% dos votos válidos.

Em 2020, mais uma vez a esquerda não conseguiu lançar um candidato competitivo. A disputa foi entre o candidato à reeleição Emanuel Pinheiro e o então vereador Abilio Brunini. Apesar de ter sido derrotado no primeiro turno, Emanuel soube usar a rejeição do adversário a seu favor e venceu de virada uma das eleições mais acirradas da história.

Durante todo esse período, partidos de esquerda lançaram nomes que não conseguiram espaço na preferência do eleitorado, como o Procurador Mauro, nome quase folclórico ligado ao PSOL e o advogado Julier Sebastião, que disputou em 2016 pelo PDT.