facebook-icon-color.png instagram-icon-color.png twitter-icon-color.png youtube-icon-color.png tiktok-icon-color.png
Cuiabá, 10 de Setembro de 2025
10 de Setembro de 2025

10 de Setembro de 2025, 20h:02 - A | A

POLÍCIA / ALVOS DA RAGNATELA

Juiz mantém empresários e promoter condenados por lavar dinheiro para facção com shows em Cuiabá

Operação Ragnatela investigou um esquema de lavagem de dinheiro da maior facção criminosa de Mato Grosso por meio da compra de casas noturnas e realização de shows

GUSTAVO CASTRO
DO REPÓRTERMT



O juiz Jean Garcia de Freitas, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, rejeitou o recurso apresentado por cinco condenados na Operação Ragnatela, que buscavam anular ou rediscutir a sentença proferida em agosto. A decisão foi publicada nesta quarta-feira (10) e manteve as condenações por organização criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção ativa, além da prisão dos principais investigados.

Entre os condenados estão o empresário Willian Aparecido da Costa Pereira, o “Gordão”, sentenciado a 14 anos e 1 mês de prisão; Joadir Alves Gonçalves, o “Jogador” ou “Véio”, condenado a 12 anos e 10 meses; além de outros nomes ligados ao esquema de lavagem de dinheiro em casas noturnas da capital.

>>> Clique aqui e receba notícias de MT na palma da sua mão

Na decisão, o magistrado afirmou que não há falhas que justifiquem a revisão da sentença.

É evidente que as defesas, insatisfeitas com a decisão de primeiro grau, tentam confundir contradição, omissão e obscuridade com mera irresignação. Insistem em pontos já analisados e fundamentados, sem qualquer vício que justifique o recurso”, destacou o juiz.

Leia mais - Justiça condena oito pessoas por crimes de organização criminosa e lavagem de dinheiro

Condenações

Além de “Gordão” e “Jogador”, também receberam penas o empresário Agner Luiz Pereira de Oliveira Soares (10 anos e 2 meses), o promotor de eventos Elzyo Jardel Xavier Pires (10 anos e 2 meses), e a contadora Kamilla Beretta Bertoni (7 anos e 6 meses, em regime semiaberto).

Outros réus, como Joanilson de Lima Oliveira, o “Japão”, condenado a 5 anos e 6 meses; Rodrigo de Souza Leal, promotor de eventos e ex-servidor da Câmara de Cuiabá (10 anos e 9 meses); e o jogador João Lennon Arruda de Souza (3 anos e 6 meses), também foram sentenciados.

De todos os condenados, apenas Joadir Alves, Joanilson de Lima e Willian “Gordão” continuam presos. Os demais respondem em liberdade. Parte dos denunciados acabou absolvida por falta de provas.

O esquema

Deflagrada em junho de 2024, a Operação Ragnatela investigou um esquema de lavagem de dinheiro da maior facção criminosa de Mato Grosso por meio da compra de casas noturnas e realização de shows. O grupo utilizava espaços como o antigo Dallas Bar para movimentar os recursos oriundos do tráfico de drogas.

Segundo a investigação, o dinheiro saía da venda de entorpecentes e era repassado a “Gordão”, que, em seguida, transferia valores a promotores de eventos para custear apresentações musicais.

Em setembro do mesmo ano, a Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (Ficco) deflagrou a segunda fase da operação, chamada Pubblicare, que teve como alvo o ex-vereador Paulo Henrique, acusado de intermediar concessões de licenças para shows em troca de benefícios financeiros.

Comente esta notícia