GUSTAVO CASTRO
DO REPÓRTERMT
O juiz Jean Garcia de Freitas, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, rejeitou o recurso apresentado por cinco condenados na Operação Ragnatela, que buscavam anular ou rediscutir a sentença proferida em agosto. A decisão foi publicada nesta quarta-feira (10) e manteve as condenações por organização criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção ativa, além da prisão dos principais investigados.
Entre os condenados estão o empresário Willian Aparecido da Costa Pereira, o “Gordão”, sentenciado a 14 anos e 1 mês de prisão; Joadir Alves Gonçalves, o “Jogador” ou “Véio”, condenado a 12 anos e 10 meses; além de outros nomes ligados ao esquema de lavagem de dinheiro em casas noturnas da capital.
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Na decisão, o magistrado afirmou que não há falhas que justifiquem a revisão da sentença.
“É evidente que as defesas, insatisfeitas com a decisão de primeiro grau, tentam confundir contradição, omissão e obscuridade com mera irresignação. Insistem em pontos já analisados e fundamentados, sem qualquer vício que justifique o recurso”, destacou o juiz.
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Condenações
Além de “Gordão” e “Jogador”, também receberam penas o empresário Agner Luiz Pereira de Oliveira Soares (10 anos e 2 meses), o promotor de eventos Elzyo Jardel Xavier Pires (10 anos e 2 meses), e a contadora Kamilla Beretta Bertoni (7 anos e 6 meses, em regime semiaberto).
Outros réus, como Joanilson de Lima Oliveira, o “Japão”, condenado a 5 anos e 6 meses; Rodrigo de Souza Leal, promotor de eventos e ex-servidor da Câmara de Cuiabá (10 anos e 9 meses); e o jogador João Lennon Arruda de Souza (3 anos e 6 meses), também foram sentenciados.
De todos os condenados, apenas Joadir Alves, Joanilson de Lima e Willian “Gordão” continuam presos. Os demais respondem em liberdade. Parte dos denunciados acabou absolvida por falta de provas.
O esquema
Deflagrada em junho de 2024, a Operação Ragnatela investigou um esquema de lavagem de dinheiro da maior facção criminosa de Mato Grosso por meio da compra de casas noturnas e realização de shows. O grupo utilizava espaços como o antigo Dallas Bar para movimentar os recursos oriundos do tráfico de drogas.
Segundo a investigação, o dinheiro saía da venda de entorpecentes e era repassado a “Gordão”, que, em seguida, transferia valores a promotores de eventos para custear apresentações musicais.
Em setembro do mesmo ano, a Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (Ficco) deflagrou a segunda fase da operação, chamada Pubblicare, que teve como alvo o ex-vereador Paulo Henrique, acusado de intermediar concessões de licenças para shows em troca de benefícios financeiros.