DO REPÓRTERMT
A Justiça de Mato Grosso condenou oito pessoas envolvidas na primeira fase da Operação Ragnatela pelos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção ativa. A sentença foi assinada pelo juiz Jean Garcia de Freitas, da 7ª Vara Criminal da Capital, e publicada nesta segunda-feira (18).
Entre os condenados estão líderes de uma facção criminosa e integrantes de uma organização paralela criada para dar aparência de legalidade às operações financeiras ilícitas. Foram sentenciados: Rodrigo de Souza Leal (promotor de eventos) – 10 anos e 9 meses de prisão, regime fechado; Elzyo Jardel Xavier Pires (promotor de eventos) – 10 anos e 2 meses de prisão, regime fechado; Kamilla Beretta Bertoni (contadora) – 7 anos e 6 meses de prisão, regime semiaberto; Agner Luiz Pereira de Oliveira (empresário do setor farmacêutico) – 10 anos e 2 meses de prisão, regime fechado e João Lennon Arruda de Souza (jogador de futebol) – 3 anos e 6 meses, regime fechado.
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Dos oito condenados, apenas Joadir Alves, Joanilson de Lima e Willian “Gordão” permanecerão presos. Os demais terão direito a recorrer em liberdade.
Na mesma decisão, o magistrado absolveu seis pessoas por falta de provas: Ana Cristina Brauna Freitas, Matheus Arajo Barbosa, Rafael Piaia Pael, Wilson Carlos da Costa, Lauriano Sai Gomes da Cruz e Clawilson Almeida Lacava.
De acordo com o juiz, a facção possui atuação nacional e está envolvida em tráfico de drogas, homicídios, extorsões e outros crimes violentos, colocando em risco a segurança pública e o Estado Democrático de Direito. Além disso, a investigação revelou a criação de uma organização paralela voltada à lavagem de dinheiro, que utilizava casas noturnas e shows nacionais para movimentar recursos de origem ilícita.
A operação
A Operação Ragnatela foi deflagrada em junho do ano passado pela Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (FICCO), composta por Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Civil e Polícia Militar. As investigações apontaram que o dinheiro obtido com a venda de drogas era investido na compra de casas noturnas, como o antigo Dallas Bar, e na organização de shows. Parte dos valores era repassada a Willian Aparecido da Costa Pereira, o “Gordão”, que posteriormente destinava os recursos aos promotores de eventos Rodrigo Leal e Jardel Pires para custear os eventos.
Segunda fase
Em setembro de 2024, a FICCO deflagrou a segunda fase, chamada Pubblicare, que teve como alvo o ex-vereador Paulo Henrique, acusado de intermediar a concessão de licenças para shows em casas noturnas em troca de benefícios financeiros.
Na sentença, o juiz destacou a gravidade dos crimes e a necessidade da prisão cautelar de alguns réus, ressaltando que a medida é fundamental para interromper a atividade criminosa e reforçar o controle estatal sobre as áreas afetadas.