Mirelle Pinheiro, Letícia Guedes
METRÓPOLES
Em meio aos corredores barulhentos da Feira dos Importados, no coração do comércio popular de Brasília, um novo produto circula com a mesma naturalidade que celulares e fones de ouvido. O Mounjaro, medicamento indicado para o tratamento do diabetes tipo 2 e que se tornou objeto de desejo por seu efeito emagrecedor, é vendido ilegalmente em bancas de eletrônicos, longe de qualquer controle sanitário.
A coluna percorreu o local com câmeras escondidas e encontrou um mercado clandestino estruturado, onde o remédio, que exige prescrição médica e monitoramento, é oferecido abertamente por comerciantes sem qualquer vínculo com a área da saúde.
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Não há anúncios, cartazes nem vitrines. A venda acontece no boca a boca, sustentada por indicações e pela confiança no improviso. Ao perguntar por “Mounjaro”, a reportagem foi prontamente atendida. “Quem traz é o meu cunhado. Ele que importa”, contou uma das vendedoras, com naturalidade. “É o mesmo fornecedor dos iPhones”, completou.
A mulher explicou que o produto chega em embalagens de isopor, acompanhado de gelo, e que deve ser guardado na geladeira. “A gente mesmo usa. Se não fosse de confiança, a gente não vendia”, garantiu.
Nenhuma pergunta foi feita sobre histórico médico, idade, diagnóstico de diabetes ou acompanhamento profissional. A transação é direta: o preço varia entre R$ 3.500 e R$ 4.000 por caneta de 15 mg, e o pagamento é feito por Pix. “Se levar mais de uma, eu faço mais barato. Mando o kit completo, com as agulhas de brinde”, disse a vendedora. Leia mais em Metrópoles.