CAROL SANFORD
DA REDAÇÃO
Os membros da Comissão de Ética da Assembleia Legislativa estão com dificuldades de completar a composição de cargos. O problema é que nenhum deputado estadual quer a função de corregedor, responsável por investigar os próprios colegas de Parlamento.
“Acredito que até semana que vem consigo escolher um nome. É uma função difícil, mas necessária e precisamos dialogar para que algum parlamentar assuma”, disse o presidente da comissão, Leonardo Albuquerque (PSD).
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Segundo ele, apenas três deputados estariam aptos à função, por não responderem a processos judiciais. Fazem parte da comissão, além de Leonardo, Wancley Carvalho (PV), Allan Kardec (PT), Saturnino Masson (PSDB) e Adriano Silva (PSB).
Wancley Carvalho, no entanto, é citado em inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF), que investiga suposto esquema de notas frias na Assembleia. O presidente da Mesa Diretora, Eduardo Botelho (PSB), e os deputados Ondanir Bortolini, o Nininho (PSD) e Zeca Viana (PDT), além do prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (PMDB), e o deputado federal Ezequiel Fonseca (PP) também são investigados.
“Acredito que até semana que vem consigo escolher um nome. É uma função difícil, mas necessária e precisamos dialogar para que algum parlamentar assuma”, disse o presidente da comissão.
“Precisamos achar um corregedor e estamos discutindo isso com os deputados”, reafirmou Leonardo.
O corregedor seria o responsável pelas investigações contra os deputados envolvidos, nesta legislatura, na delação do ex-governador Silval Barbosa (PMDB). Conforme o ex-gestor, Oscar Bezerra (PSB) teria cobrado propina para “aliviar” a investigação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das obras da Copa do Mundo.
Depois que Silval foi preso, o deputado Wagner Ramos (PSD) teria sido gravado pelo filho do ex-governador, Rodrigo Barbosa, também pedindo propina para que a CPI não fosse aprovada.
Wagner Ramos, Silvano Amaral (PMDB) e José Domingos Fraga (PSD) também teriam cobrado R$ 650 mil para aprovar as contas de Silval, em 2015.
Parlamentares filmados pelo ex-chefe de gabinete de Silval, Silvio Corrêa, recebendo dinheiro para apoiar a gestão do peemedebista já não seriam investigados, uma vez que o pagamento de propina teria ocorrido na legislatura anterior.
“Estamos levantando todas essas possibilidades. Assim como a averiguação da prisão do deputado Gilmar Fabris (PSD), mas somente depois que o STF autorizar”, concluiu o presidente da Comissão de Ética.
Gilmar Fabris foi preso no dia 15 de setembro, sob acusação de obstrução da justiça na deflagração da Operação Malebolge, pela Polícia Federal.