APARECIDO CARMO
DO REPÓRTERMT
O deputado estadual Gilberto Cattani (PL) disse que vai adotar as medidas cabíveis contra a vereadora Maysa Leão (Republicanos), depois que uma adolescente de 16 anos contou ter sido vítima de abuso sexual do tio, pai e padrasto. O relato foi feito no plenário da Câmara municipal durante audiência pública promovida pela parlamentar e que foi transmitida ao vivo nos canais do Legislativo na internet.
“Como Assembleia Legislativa, nós não podemos ver isso e ficar inertes, nós vamos tomar todas as medidas possíveis para que os fatos sejam apurados”, disse o deputado em vídeo compartilhado nas redes sociais.
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A vereadora alegou que tinha autorização para que a adolescente fosse a público compartilhar o relato, o que foi desmentido por Cattani.
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“Vereadora, não existe uma autorização que permita alguém cometer um crime, expor uma criança, a isso. Quando a senhora fala que deu um rosto ao problema, de fato, ela deu um nome e deu um rosto ao problema: o rosto dela. E daqui para frente, durante toda a vida dela vai ser lembrado por todas as pessoas, vizinhos, parentes, por isso que ela contou. É por isso que é crime”, disse o deputado.
“Quanto ao crime em si, de estupro, a nossa opinião sempre foi de que essas pessoas que cometem esse absurdo com as nossas mulheres ou com as nossas crianças, seja como for, devem ser castrados, para que nunca mais se repita esse ato horrendo contra as nossas mulheres ou as nossas crianças”, concluiu.
Entenda o caso
O relato da menor sobre os abusos sofridos foi transmitido ao vivo, no canal que o Legislativo municipal possui no Youtube, sem que fossem tomados os cuidados necessários para evitar a exposição dela, como determina o Estatuto da Criança e do Adolescente. Responsável pelo evento, Maysa disse à imprensa que não cometeu nenhum crime ao revitimizar a jovem.
No vídeo, que foi obtido pela reportagem, mas que não será publicado, a adolescente se apresenta, fala a idade e passa a contar que foi abusada pelo tio, pelo pai e pelo padrasto. Ela relata que foi obrigada a usar drogas e ingerir bebidas alcoólicas e que hoje possui uma filha, fruto dos estupros.
A vereadora disse ainda, nesta terça-feira, que ordenou a retirada do vídeo no canal da Câmara do YouTube, porém o material com o depoimento da adolescente circula nas redes sociais.
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O episódio chamou atenção também pelo fato de contar com a presença da promotora de Justiça Claire Vogel Dutra, do Ministério Público de Mato Grosso (MPMT), assim como as delegadas Dejanira Laranjeira e Jozirlethe Magalhães Criveletto. E em nenhum momento houve movimentação para tentar impedir que a menor continuasse a falar.
Também foram registradas as presenças de representante da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Mato Grosso (OAB-MT), BPW Cuiabá e Várzea Grande, advogados e psicólogos.
Lya 27/08/2025
O Eca é claro ,não pode se expor uma adolescente a uma situação dessa . Trabalhei décadas com todo tipo de violencia contra crianças e adolescentes e todas as vezes a vítima era preservada e tinha que estar acompanhada por um responsável . Seu depoimento deveria ter a voz detonada e o rosto oculto .Para mim era um martírio de doer a alma acompanhar um relato desse .O deputado tem razão !
1 comentários