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30 de Outubro de 2017, 10h:31 - A | A

PODERES / SISTEMA SENTINELA

Aparelho que grampeou celulares custou R$ 57 mil e foi pago pelo coronel Lesco, afirma cabo

O equipamento foi desenvolvido pelo empresário José Marilson, ex-sócio-proprietário da Empresa Simples IP, e pago em duas parcelas.

DA REDAÇÃO



Em depoimento, o cabo da Polícia Militar Gerson Luiz Corrêa – réu no processo que investiga o esquema de grampos em Mato Grosso – contou aos delegados Flávio Stringueta e Ana Cristina Feldner que o ex-chefe da Casa Militar, coronel Evandro Lesco, pagou aproximadamente R$ 57 mil pelo sistema de software, equipamento conhecido como Sentinela, para realizar interceptações telefônicas ilegais de políticos, empresários, advogados e jornalistas durante a campanha eleitoral de 2014.

O militar, que é considerado peça-chave para elucidação do caso, contou à Polícia Civil, no último dia 16, que José Marilson, ex-sócio-proprietário da Empresa Simples IP, foi quem desenvolveu o “Sistema Sentinela”.

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O empresário, que chegou a ser detido na Operação Esdras, em setembro passado, e conseguiu a liberdade após passar dois dias na prisão, teria recebido parte do valor em cheque.

“Esses R$ 24 mil são referentes a uma parte do Sistema Sentinela que foi paga em cheque, cuja destinação foi imediata ao senhor Marilson, se não me engano, no mês de abril”, confessou Gerson.

O cabo também confessa que o restante do pagamento foi feito por ele mesmo por meio de transferência bancária. O dinheiro teria sido repassado por Evandro Lesco.

“(...) Houve outro compromisso financeiro para o mês de maio que também foi arcado pelo coronel Lesco. Nesta ocasião, ele me repassou um montante de R$ 33 mil que depositei na minha conta e eu repassei para o Marilson por meio de transferência bancária via Banco do Brasil”, revelou.

O dinheiro, segundo o militar, foi repassado para conta da empresa Simples IP. Além do pagamento, Gerson Corrêa conta que o “Sistema Sentinela” passou a ser aprimorado pelo grupo.

O militar explica ainda que, neste caso, desconhece a atuação financeira do ex-chefe da Casa Civil Paulo Taques, no entanto, destaca uma promessa não cumprida pelo ex-secretário.

“Que eu saiba não recebeu [do Paulo Taques]. Esse montante foi arcado sozinho por ele. Parece que houve uma promessa de recursos, mas não foi coberto”, completou. 

Operação Esdras

A operação - que iniciou no âmbito do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) e será conduzida pelo Superior Tribunal de Justiça após o governador Pedro Taques (PSDB) pedir que ele também seja investigado no esquema – prendeu vários ex-secretários de Estado por suposta obstrução à Justiça.

Entre os acusados estão os ex-secretários Paulo Taques (Casa Civil), Evandro Lesco (Casa Militar), Siqueira Júnior (Justiça), Rogers Jarbas (Segurança), entre outros investigados no esquema das escutas ilegais.

Eles tiveram as prisões decretadas depois de tentarem gravar o então relator do processo no TJMT, desembargador Orlando Perri, para pedir a suspeição dele na condução do caso.

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