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Cuiabá, 25 de Abril de 2024
25 de Abril de 2024

26 de Dezembro de 2018, 14h:20 - A | A

PODERES / RETROSPECTIVA

Operações prenderam deputado, ex-ministro e secretários em 2018

Quatro ações foram desencadeadas ao longo do ano que resultaram nas prisões de políticos de Mato Grosso. O ex-ministro e deputado eleito Neri Galler estava entre os alvos.

RAFAEL MACHADO
DA REDAÇÃO



Operações deflagradas para investigar esquemas em contrato do Departamento Estadual de Trânsito (Detran), fraudes no Cadastro Ambiental Rural (CAR) da Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema) e em contratos de prestação de serviços médicos hospitalares, firmados com o município de Cuiabá e o Estado de Mato Grosso, e recebimento de mensalinho resultaram em prisões de secretários e deputados durante o ano de 2018.

Em maio, o Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) desencadeou a Operação Bônus, segunda fase da Operação Bereré, que resultou na prisão do ex-secretário da Casa Civil durante gestão Pedro Taques, Paulo Taques, o advogado Pedro Jorge Zamar Taques (irmão de Paulo Taques), o deputado estadual Mauro Savi (DEM), o ex-diretor-presidente da EIG Mercados, José Kabori, e os sócios da Santos Treinamentos Roque Anildo Reinheimer e Claudemir Pereira dos Santos.

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De acordo com a denúncia do Ministério Público Estadual (MPE), o ex-presidente do Detran, Teodoro Moreira Lopes, o Dóia, em sua colaboração premiada, conta que entre os meses de julho e agosto de 2009, foi convocado para uma reunião no gabinete do deputado Mauro Savi  com os empresários Marcelo da Costa e Silva e Roque Anildo.

Huark Correia

 O ex-secretário de Saúde Huark Douglas é apontado como líder de um esquema de fraudes em contatos com o municíoio e com o Estado.

Na ocasião, eles teriam oferecido a ele a execução da atividade de registro junto ao Detran dos contratos de financiamento de veículos com cláusula de alienação fiduciária. No outro dia, Marcelo teria se comprometido a repassar o valor recebido pela FDL – Serviço de Registro Cadastro, Informatização e Certificação de Documentos, atualmente EIG Mercados, para pagamento às campanhas eleitorais de Mauro Savi e do ex-governador Silval Barbosa.

Ainda segundo o MPE, mais de R$ 30 milhões foram pagos em propina aos investigados na operação. Após três meses presos, o Pleno do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) determinou a soltura dos investigados.

Operação Capitu

No dia 9 de novembro, a Polícia Federal deflagrou a Operação Capitu, que apurou esquema de arrecadação de dinheiro ilícito dentro do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para beneficiar políticos do MDB. Eles teriam recebido dinheiro da J&F, dona da JBS, em troca de medidas para beneficiar empresas do grupo.

A ação resultou na prisão do deputado federal diplomado Neri Geller (PP), que atuou como ministro do Mapa, e do ex-secretário da Defesa Agropecuária, Rodrigo Figueiredo.

Eles teriam recebido mais de R$ 200 mil de propina para editar uma circular que beneficiava as empresas do grupo J&F. Três dias depois, ele foi solto pelo ministro Nefi Cordeiro do Supremo Tribunal de Justiça (STJ).

Sangria na Saúde

O ex-secretário municipal de Saúde Huark Douglas Correia foi preso no dia 18 de dezembro após o início da segunda fase da Operação Sangria, deflagrada pela Delegacia Especializada de Crimes Fazendários e Contra a Administração Pública (Defaz).

Segundo a polícia, o ex-secretário e outras sete pessoas foram presas acusadas de obstruir as investigações.

O grupo teria fraudado contratos das empresas Proclin (Sociedade Mato-Grossense de Assistência Médica em Medicina Interna), Qualycare (Serviços de Saúde e Atendimento Domiciliar LTDA) e a Prox Participações, firmados com o município de Cuiabá e com o Estado.

A primeira fase da operação foi deflagrada no dia 04, com mandados de busca e apreensão expedidos pela 7ª Vara Criminal de Cuiabá, que incluíram um escritório de Huark. A polícia identificou que os envolvidos teriam ocultado e destruído documentos relativos aos contratos investigados.

Polygonum

O ex-secretário de Estado de Meio Ambiente (Sema), André Baby foi preso no último dia 18 por decisão do desembargador do Tribunal de Justiça Orlando Perri, relator da Operação Polygonum.

Segundo investigações, Baby teria inserido informações falsas no Cadastro Ambiental Rural (CAR) para beneficiar fazendas, sendo que uma delas pertence ao grupo Amaggi, ligado à família do ministro da Agricultura Blairo Maggi (PP).

Ele foi solto um dia depois de ser preso também por decisão do desembargador Orlando Perri - ele entendeu que o ex-secretário estava colaborando com as investigações.

O Ministério Público aponta que mesmo após ter tomado posse como secretário estadual, após saída do ex-vice-governador Carlos Fávaro (PSD), André Baby teria permanecido no esquema dando apoio ao ex-superintendente de Regularização e Monitoramento João Dias Filho nas condutas ilícitas.

André Baby foi o sétimo secretário da gestão Pedro Taques que foi preso durante os quatro anos.

Desde o início do Governo tucano já foram presos: o primo do governador Paulo Taques (Casa Civil); Permínio Pinto (Educação); Roger Jarbas (Segurança Pública); Airton Siqueira (Direitos Humanos); Evandro Lesco (Casa Militar); além do ex-comandante da Polícia Militar, coronel Zaquel Barbosa.

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