KARINE ARRUDA
DO REPÓRTERMT
Moradores de áreas ocupadas na região do Contorno Leste, em Cuiabá, fizeram um protesto, na noite dessa segunda-feira (29), contra a decisão da Justiça de Mato Grosso, que ordenou a reintegração de posse da área e a desocupação do espaço por parte dos invasores.
Populares queimaram pneus, fecharam algumas vias de acesso ao local, ergueram cartazes, bateram tampas de panela e gritaram por moradia.
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Eles têm até o dia 27 de outubro para deixar o local de forma voluntária. Caso contrário, o mandado será cumprido no dia 28 com apoio policial. A determinação foi dada pela juíza Adriana Sant’Anna Coningham.
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Em vídeos que circulam nas redes sociais, os invasores também cobram da Prefeitura de Cuiabá medidas para que as famílias permaneçam onde estão, sem serem obrigadas a saírem de suas casas. Populares criticaram o prefeito Abilio Brunini (PL) dizendo que ele não está fazendo nada para ajudar a população que mora na região.
A duas semanas atrás, no dia 15 de setembro, os moradores também protestaram contra a desocupação. Porém, na última vez, o protesto foi feito em frente à Prefeitura de Cuiabá. Na ocasião, Abilio chegou a conversar com os manifestantes e explicou que a prefeitura estuda outras áreas para realocar as famílias, de modo que ninguém que precise ficar sem moradia.
Contudo, até que os resultados das pesquisas sejam divulgados e uma nova área seja definida para reassentar os moradores, o prefeito citou que não há outra alternativa para as famílias a não ser a desocupação da área no Contorno Leste. Em seu último pronunciamento, Abilio explicou que a prefeitura não pode recorrer da decisão porque ela já transitou em julgado no Supremo Tribunal Federal (STF).
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Desocupação
O cronograma feito pela Justiça de Mato Grosso prevê que, até o dia 30 de novembro, a reintegração seja feita em uma área de 5,7 hectares, onde 196 famílias em situação de vulnerabilidade serão realocadas. Os proprietários dos imóveis se comprometeram a auxiliar com a remoção dos bens dos moradores e a custear três meses de aluguel social, até que as famílias sejam contempladas em programas habitacionais.
A partir de 1º de dezembro, os restante da área começará a ser reintegrado, com o prazo de 40 dias para término, respeitando os feriados. De acordo com a Secretaria de Estado de Assistência Social e Cidadania (Setasc), dos 2.594 terrenos mapeados na região, apenas 196 famílias foram consideradas vulneráveis.
Veja vídeo: