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Cuiabá, 02 de Julho de 2025
02 de Julho de 2025

05 de Dezembro de 2023, 18h:08 - A | A

GERAL / MARFRIG NA MIRA DO MP

Plano diretor de Várzea Grande proíbe instalação de graxaria em área residencial

Ministério Público deu parecer que pede Estudo de Impacto de Vizinhança, que não foi feito, para avaliar as consequências da graxaria na região

FERNANDA ESCOUTO
DO REPÓRTERMT



Em meio a uma guerra com os moradores de Várzea Grande, a Marfrig Global Foods ‘vive’ na ilegalidade no município. Isso porque, conforme o plano diretor da cidade e uma lei municipal de 2020, é proibida a implantação ou instalação de indústrias desse ramo em áreas residenciais.

Há meses os moradores do bairro Alameda travam uma disputa com a graxaria, devido aos impactos ambientais, como o mau cheiro que chega a ser sentido em até 20 km de distância.

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Fica vedada a implantação e instalação de indústria de preparação, processamento e industrialização de produtos e subprodutos de origem animal, tais como despojos, restos, sobras e ingredientes ou afins em locais não consolidados, de acordo com a lei de uso e ocupação de solo vigente, sendo permitida apenas em zonas de uso exclusivo industrial para este tipo de empreendimento”, diz trecho da lei número 4672/2020.

Em 2022, o juiz Rodrigo Roberto Curvo, da Vara Especializada de Meio Ambiente suspendeu as obras da graxaria em Várzea Grande, entretanto a justiça revogou a liminar, autorizando a Marfrig a dar continuidade no processo de licenciamento.

Eles ficaram por pouco mais de um ano sem poder operar, só que no Tribunal de Justiça eles conseguiram reverter essa liminar e assim eles estão até a presente data. Existe um recurso na justiça que está aguardando para entrar na pauta e nesse recurso houve um parecer do Ministério Público Estadual sendo favorável a realização de um Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV)”, relatou a advogada Fayrouz Mahala Arfox ao Repórter MT.

Parecer do MP

Em setembro, o procurador de Justiça de Defesa Ambiental e da Ordem Urbanística, Luiz Alberto Esteves Scaloppe deu um parecer solicitando um Estudo de Impacto de Vizinhança, para avaliar o impacto da empresa na região.

De acordo com o procurador, a exigência da elaboração do Estudo de Impacto de Vizinhança está disposta no artigo 36 do Estatuto da Cidade, o qual estabelece a elaboração de tal instrumento para a implementação de determinados empreendimentos, como condição para obter as respectivas licenças de construir.

Verifico que não há ilegalidade na análise de exigência conjunta de EIV/RIV dos empreendimentos objeto da ação principal, visto que avaliar os possíveis impactos que uma graxaria pode ter na vizinhança é fundamental”, pontuou.

“Isso pode incluir questões como odor, poluição do ar e da água, aumento no tráfego de caminhões, ruído e outras questões ambientais e de qualidade de vida que podem afetar os moradores e as empresas próximas”, completou.

Scaloppe ressalta que o EIV envolve a participação da comunidade afetada. “Os moradores e as empresas vizinhas devem ter a oportunidade de expressar suas preocupações e opiniões sobre o projeto. Essa participação pode ser útil para identificar impactos potenciais que talvez não tenham sido considerados inicialmente”, disse.

O que diz a prefeitura

Questionado sobre a implantação da graxaria, mesmo sendo em área proibida, o secretário de Meio Ambiente de Várzea Grande, Jean Lucas Teixeira de Carvalho, afirmou que a planta da Marfrig é anterior ao plano diretor do município.

A Secretaria realizou inúmeras visitas na Marfrig e não foi constatado nenhuma anormalidade passivo de intervenção pelo município. Quanto ao licenciamento, este é de competência do Estado de Mato Grosso”, disse ao Repórter MT.

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