Em pleno caos da Getúlio, rapaz pega "beirão" de skate em ônibus

DA REDAÇÃO

O RepórterMT  flagrou uma cena, em plena movimentadíssima Avenida Getúlio Vargas, que é o exemplo do que nunca deve ser feito no trânsito. Um rapaz, de cerca de 20 anos, sobe a avenida, agarrado ao para-choque traseiro de um ônibus.

Nossa reportagem o seguiu por longos 500 metros e, ao ser abordado, não demonstrou o menor constrangimento com a insanidade do ato. O skatista praticou o que os mais antigos chamam de “beirão” (ato de pegar rabeira) e disse não acreditar no perigo de morte que, obviamente, corria.  

Sem revelar o nome ele soltou a pérola: “ninguém morre antes da hora, acho que se morrer é porque era minha vez”, disse com sorriso que beirava o cinismo no rosto.


Estatísticas

Atitudes assim ajudam a fazer do trânsito de Cuiabá um dos mais perigosos e assassinos do país. Segundo estatísticas do Detran-MT, o trânsito da Capital deve registrar este ano cerca de 300 mortes.

No ano passado, a cidade teve perdeu por suas ruas e avenidas, exatas 304 vidas.  Neste mesmo ano, atitudes de imprudência como esta do skatista resultaram em 3,7 mil acidentes.

Os reflexos dessa guerra urbana são sentidos principalmente na Saúde. Somente no Pronto Socorro de Cuiabá, 70% dos atendimentos, realizados diariamente, são voltados para vítimas de acidentes de trânsito.  


 Rapaz ingnora risco e desdenha da situação: "ninguém morre antes da hora"... (foto - repórtermt)

Tanta falta de juízo nas ruas, resulta em um elevado custo social. O Seguro DPVAT repassou em 2011, em todo o Brasil, cerca de R$ 83 bilhões. Em Mato Grosso foram R$ 263 milhões.

Em Cuiabá são cadastrados atualmente, segundo dados do Detran, cerca de 330 mil veículos. Por outro lado, o número de agentes de trânsito (amarelinhos) nas ruas não cresce na mesma proporção.

A cidade não possui, sequer, um amarelinho para cada 1 mil veículos, o que seria um número mínimo aceitável. Hoje, na Capital, são cerca de 200 agentes, que se dividem em turnos para atender uma frota que cresce no mesmo ritmo da irresponsabilidade e da falta de educação no trânsito.