DA EDITORIA
A sabatina de Paulo Gonet, indicado à recondução como procurador-geral da República, foi marcada por um bate-boca, nessa quarta-feira (12) na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. Flávio Bolsonaro (PL-RJ) atacou duramente o chefe do Ministério Público Federal, afirmando que "os membros do MP deveriam ter vergonha" de sua atuação, e foi repreendido pelo colega de Mato Grosso Jayme Campos (União).
O senador mato-grossense interveio após Flávio fazer acusações diretas contra Gonet, questionando sua imparcialidade e afirmando que o procurador estaria seguindo ordens do Supremo Tribunal Federal (STF) em processos envolvendo aliados do seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro. Jayme criticou a postura do colega, afirmando que ataques pessoais não contribuem para o debate e pedindo que a sabatina fosse conduzida com respeito e seriedade.
"Temos que elevar o nível dessa sabatina, para qualquer um dos indicados que estão aqui", disse Jayme
"Temos que elevar o nível dessa sabatina, para qualquer um dos indicados que estão aqui. Com todo respeito ao senador Flávio Bolsonaro, mas o momento não é para fazermos oitiva com as autoridades, sobretudo de forma leviana, acusando", disse Jayme.
Flávio insistiu em questionar Gonet sobre supostas mudanças na atribuição do Senado em processos de impeachment contra ministros do STF, além de criticar ações do Ministério Público Federal ligadas aos atos de 8 de janeiro de 2023. "O senhor envergonha o MPF. Eu falei na sua primeira sabatina que Deus estava lhe dando uma chance de se redimir, mas o senhor fez o contrário", afirmou o senador.
Jayme voltou a rebater a fala de Flávio, lembrando a necessidade de respeitar o devido processo e o papel das instituições. "Não podemos transformar esta sabatina em palco de acusações pessoais ou ataques contra membros do Ministério Público. A Comissão precisa manter sua seriedade e cumprir sua função de avaliar os indicados de forma técnica", pontuou.
"Precisamos garantir que as decisões e avaliações desta Comissão sejam pautadas pelo mérito, não por disputas políticas ou retóricas inflamadas", completou Jayme.
Além do senador de Mato Grosso, Flávio também foi repreendido pelo presidente da CCJ, Otto Alencar (PSD-BA), e acusado de constranger o chefe do Ministério Público Federal.
Recondução
A tensão entre os senadores se manteve ao longo da sessão, que durou mais de seis horas e resultou na recondução de Paulo Gonet ao cargo de procurador-geral da República.
O Senado aprovou por 45 votos a favor e 26 contra a permanência de Gonet. A votação foi secreta, e eram necessários pelo menos 41 votos favoráveis para a aprovação.
Veja vídeo:
Reghis 13/11/2025
Certamente o nobre senador deve ter algum processo em andamento e atuou em benefício próprio. A CCJ é o lugar correto para se tratar da legalidade das ações dos órgãos da justiça, portanto o PGR pode e deve ser cobrado por suas ações e omissões. Lembremos também das inúmeras vezes em que foi ignorado pelo judiciário e ficou caladinho, numa clara prevaricação. Só por isto não poderia ser reconduzido ao cargo que ocupa. Isto tudo é suco de Brasil. Enquanto isto VG continua sem água, graças ao clã Campos. Ou não senhor JC?
Josi Almeida 13/11/2025
Obrigada senador Jayme por colocar sanidade nesse espaço de desrespeito com as pessoas , especialmente vindo do clã Bolsonaro
2 comentários