RENAN MARCEL
A criação do Solidariedade trouxe grande impacto no legislativo cuiabano. Em menos de quinze dias, a nova legenda já é a maior bancada da Câmara Municipal e detém a vice-presidência e a 1ª secretaria da Casa.
Encabeçada pelo experiente vereador Clovis Hugueney (ex-PTB), o Solidariedade reúne agora dois ex-peemedebistas, Haroldo Kuzai e Domingos Sávios. Eles se desvincularam do PMDB na última sexta-feira (4).
O SDD, por enquanto, divide o título de maior bancada com PSDB, PTB e PSB, todos com três nomes na Casa. O PSDB, por sua vez, conta com Ricardo Saad, Maurélio Ribeiro e Lueci Ramos. Já o PTB tem Dilemário Alencar, Júlio Pinheiro e Leonardo Oliveira.
Antes, o PTB reunia a maior bancada dentro da Casa, por causa do vereador Clovito. A lista do PSB na Câmara conta com Adilson da Levante, Faissal Calil e Onofre Júnior, que pode engrossar a fileira da nova agremiação, já que recebeu contivites da sigla e admitiu interesse em deixar o PSB, conforme noticiou o RepórterMT (Veja AQUI).
“Nós surgimos fortes e vamos crescer mais", disse Clovito. Ele conta que um novo nome dos parlamentares está em negociação com o partido. Temos um outro nome em negociação aqui na Câmara”, disse, sem, no entanto, revelar o possível novo membro do partido. “Melhor revelar quando estiver tudo acertado. Vocês vão saber”, finalizou.
A entrada de Haroldo e Domingos Sávio cria, no entanto, um dilema para a incipiente sigla. Os dois, teoricamente, faziam parte da oposição ao prefeito Mauro Mendes (PSB), mas há muito haviam debandado para a ala dos governistas. Tanto que fazem parte do “grupo dos 16”, que tentou destituir o presidente da Câmara João Emanuel (PSD) em uma sessão polêmica, já anulada pela Justiça.
Clovito, de oposição declarada, evita falar sobre a postura dos colegas. “Estamos no momento de fortificar e montar o partido. Não está na hora de discutir apoio a essa ou aquela pessoa. Mas eu sou, e vou continuar sendo independente, e o partido também”, avisa.
IMPACTO NO ESTADO
A sigla trouxe mudanças no cenário estadual, já que apresenta lideranças “de peso” regionalmente, conforme avaliou o analista político João Edisom.
O presidente do partido em Mato Grosso é o deputado estadual Adalto de Freitas, o Daltinho, ex-peemedebista que "bateu de frente" com o governo Silval Barbosa (PMDB) este ano quando era suplente da deputada Teté Bezerra (PMDB) na Assembleia Legislativa. Por criticar posturas do Executivo, ele foi afastado da Casa e acusado de infidelidade partidária.
“O Solidariedade trouxe uma mudança significativa por conta dos principais líderes. O Daltinho e o Zé do Pátio, de Rondonópolis possuem bastante influência em suas regiões e podem arrastar alguns votos, sim”, disse o profissional.
PROS EM MATO GROSSO
Criado também no dia 24 de setembro, o Partido Republicano da Ordem Social (PROS) ainda não vingou no Estado, segundo a avaliação de João Edisom. A sigla tem como principal nome o deputado federal Valtenir Pereira, que se desvencilhou do PSB após se queixar de perseguição dentro da legenda, mesmo sendo o presidente estadual na época.
“Valtenir saiu e levou alguns vereadores, mas se você somar os votos que esses vereadores conseguem, não vai dar nem 20 mil votos. Não vejo muito efeito. Não levou nenhum deputado estadual”, disse o analista.
Apesar do troca-troca, segundo João Edisom, o alvoroço nos bastidores foi pequeno até o momento e a grande novidade foi mesmo a filiação do rei da soja, Eraí Maggi, ao Partido Progressista (PP). O prazo para mudanças de partido e novas filiações acabou no último sábado (5), mas as alianças da próxima disputa eleitoral ainda estão sendo discutidas.