Medeiros: Mato Grosso pode sofrer ataques de narcotraficante da Bolívia que se aliou à facção no Brasil

Kayo Magalhães/Câmara dos Deputados

"É um cenário de guerra silenciosa", disse Medeiros.

APARECIDO CARMO
DO REPÓRTERMT

O deputado federal José Medeiros (PL) classificou como “gravíssima” a ameaça do narcotraficante Sebastián Enrique Marset Cabrera, da Bolívia, mas aliado da facção que surgiu nos presídios de São Paulo (PCC), de transformar a fronteira do Brasil em um campo de guerra contra outras facções e contra as forças de segurança. Mato Grosso é um dos estados brasileiros que faz fronteira com a Bolívia.

A informação foi revelada pelo portal Metrópoles, nesta segunda-feira (03). Em vídeo divulgado pelo site, Sebastián Enrique Marset Cabrera diz que está “preparado para fazer guerra contra quem for” e que é “melhor sermos amigos do que inimigos”.

“Isso é gravíssimo. Não estamos falando de um criminoso comum, mas de um narcotraficante internacional com conexões que atravessam fronteiras e ameaçam diretamente o nosso território, especialmente no Mato Grosso. É um cenário de guerra silenciosa. A fronteira virou corredor de drogas, armas e poder. E o Governo Federal, em vez de reagir, fecha os olhos”, disse o deputado federal.

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Medeiros criticou a falta de presença efetiva das forças armadas nas regiões de fronteira e a falta de integração entre as polícias e os órgãos de inteligência. Para ele, a ameaça de Sebastián Enrique Marset Cabrera evidencia o risco que a região corre de ser tomada pelo crime organizado.

“Se continuar assim, vamos ver o narcotráfico se consolidar como um poder paralelo no Centro-Oeste, assim como já acontece nas partes do Norte e do Sudeste”, afirmou.

Para o deputado, há um jogo de cumplicidade ideológica que resultou na situação em que algumas regiões, como o Rio de Janeiro, se encontram, com o crime dominando pedaços do território das cidade.

“Na verdade, o que a gente vê é uma complicidade ou de ideologias, ou de ações mesmo, de benefícios mesmo, porque não dá para a gente imaginar que, diante do quadro que se apresenta no Rio de Janeiro, o governo fica preocupado em culpar a polícia e tentar fazer uma investigação em cima da operação, ao invés de se preocupar com marginais que assombram o país inteiro e que usam ali os morros do Rio como fortaleza”, concluiu.