GUSTAVO CASTRO
DO REPÓRTERMT
O governador Mauro Mendes (União Brasil) voltou a se posicionar contra o reajuste de 6,8% nos salários dos servidores do Poder Judiciário de Mato Grosso, aprovado em primeira votação na Assembleia Legislativa. Segundo ele, a medida cria um precedente que deve pressionar os demais Poderes por aumentos, o que provocaria um “efeito cascata” nas contas públicas e um impacto estimado de R$ 1,6 bilhão por ano na folha de pagamento do Estado.
“Por que vai aprovar para um e não para outro? O salário médio do Executivo é muito menor que o do Judiciário e de outros Poderes. Se der 7% de aumento lá, por que a Assembleia não vai querer também? Por que o TCE e o Ministério Público não vão querer? E por que só o Executivo vai ficar sem?”, questionou o governador em entrevista na quinta-feira (6).
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O projeto em análise no Legislativo foi proposto pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) e prevê a recomposição de 6,8% nos vencimentos de cerca de 3,5 mil servidores efetivos, distribuídos em nove cargos da instituição. Segundo o TJ, o impacto será de R$ 42 milhões ainda neste ano. A votação da proposta chegou a ser adiada após pedido de vista do deputado Eugênio de Paiva (PSB) e deve retornar à pauta na próxima semana.
Mendes afirmou que, caso o reajuste seja concedido, o governo terá que cortar investimentos em outras áreas para suportar os gastos adicionais.
“Se eu dou mais aumento, tenho que tirar de algum lugar. O dinheiro não é meu, é do cidadão. Vou fazer uma consulta pública: se o povo de Mato Grosso quiser que eu aprove, eu aprovo. Não tem problema. Estou cuidando do dinheiro dos mato-grossenses, não do meu”, declarou.
Apesar das críticas, o governador negou que haja qualquer tipo de confronto com o Judiciário ou com a Assembleia Legislativa. Ele disse considerar o debate legítimo e parte do processo democrático.
“É um debate legítimo e democrático da Assembleia, assim como é legítimo eu fazer minhas análises e tomar decisões. Nunca fui à Assembleia pressionar deputado para votar ou deixar de votar. E também não vejo problema que alguma categoria vá lá defender seus interesses”, concluiu Mendes.












