DA REDAÇÃO
Na próxima semana, dois titulares do governo Silval Barbosa (PMDB) devem comparecer à Assembleia Legislativa de Mato Grosso para dar esclarecimentos sobre suas pastas para os deputados. Na última terça-feira (24), os parlamentares aprovaram o requerimento 258/13, de autoria de Emanuel Pinheiro (PR), para a convocação do vice-governador do estado e secretário de Cidades, Francisco Daltro, para prestar esclarecimentos sobre o processo licitatório do transporte coletivo intermunicipal de passageiros. Pinheiro cobra explicações sobre o serviço que vem sendo prestado pela Agência de Regulação dos Serviços Públicos Delegados do Estado de Mato Grosso (Ager) que é vinculada à Vice-governadoria. O que chama atenção na iniciativa de Pinheiro é o fato de um parente dele ser empresário do transporte coletivo.
O outro a comparecer ao Parlamento Estadual é o secretário da Secopa, Maurício Guimarães. Ele deve dar explicações sobre a compra das cadeiras da Arena Pantanal, com suspeita de superfaturamento.
De acordo com a denúncia, a Secopa pagaria cerca de R$ 436 em cada uma das 44,5 mil cadeiras adquiridas para serem utilizadas nas arquibancadas do estádio. O contrato foi fechado com a empresa, que também vendeu cadeiras para o Mané Garrincha, por R$ 175 a unidade. No total, o contrato das cadeiras em Cuiabá foi fechado por R$ R$ 19,4 milhões, enquanto Brasília pagou R$ 12,7 milhões, para fornecer quase o dobro (72,4 mil cadeiras).
O Ministério Público do Estado, por decisão do promotor Clóvis de Alemeida Júnior, da 36ª Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público, notificou a Secretaria Extraordinária da Copa do Mundo de 2014 (Secopa) com uma carta recomendatória solicitando a suspensão dos pagamentos à empresa.
Segundo a Secopa, a decisão foi cumprida, mas ainda não existem medições a serem pagas para a Kango Brasil. A Secretaria encaminhou ao MP os documentos requeridos pelo promotor.
Aos jornalistas, após a denúncia ganhar força com a publicação do caso no UOL Esportes e chamar atenção dos vereadores de Cuiabá, que destilaram críticas ao fato, o secretário Maurício Guimarães tratou de explicar a compra dos assentos milionários.
A justificativa apresentada pelo gestor está baseada no argumento da qualidade e durabilidade do material utilizado para confeccionar os assentos. Guimarães chegou a exaltar tais características, que, segundo ele, ajudarão a transformar a Arena em um “elefante diamantado”.