Lúdio culpa “correria” por fracasso do Governo na execução de obras da Copa

RepórterMT

Lúdio: Silval até o momento não apareceu em sua campanha eleitoral; no detalhe da foto, Lúdio e Cabral na campanha de 2012 para prefeito de Cuiabá

O candidato a governador de Mato Grosso pelo PT, ex-vereador Lúdio Cabral, atribuiu os graves problemas estruturais nas obras da Copa do Mundo em Cuiabá e Várzea Grande ao alto nível de estress e ao “corre-corre”, supostamente enfrentado pelo governador Silval Barbosa (PMDB) e pelas empreiteiras.

De acordo com ele, o atual governo vivenciou uma situação totalmente atípica, que foi a existência de mais de 50 grandes obras ocorrendo ao mesmo tempo, num prazo para finalização de apenas três anos.

“O que poderia ter sido feito ao longo dos últimos 30 anos, foi concentrado em três anos. Na minha opinião, todos os problemas decorrem originalmente disso”, declarou Lúdio, em entrevista à TV Centro América [filiada da Rede Globo em Cuiabá] nesta quarta-feira (3).

O questionamento feito ao candidato é porque o Tribunal de Contas do Estado (TCE) emitiu medida cautelar exigindo o imediato escoramento da estrutura do viaduto da Sefaz, que está sob risco de desabamento. A Trincheira do Santa Rosa também está sob suspeita, e a empreiteira deve apresentar relatórios que comprovem a segurança da obra e um programa que apresente a estabilidade das encostas. Esta semana, o Aeroporto Marechal Rondon também foi alvo de críticas dos adversários, já que parte do forro da parte externa despencou ao ser atingido por um temporal.

Silval na campanha

Mesmo sem ter recebido o apoio direto do governador Silval Barbosa (PMDB) durante a corrida eleitoral este ano, o candidato do PT garantiu que ainda espera ter o chefe do executivo em seu palanque.

A trinta dias para a eleição, Silval ainda não compareceu a nenhum ato político e nem na propaganda eleitoral gratuita na tevê e no rádio para pedir votos ao petista.

Em 2012, quando Lúdio disputou a Prefeitura de Cuiabá, Silval foi seu principal cabo eleitoral e era citado até mesmo nos jingles de campanha.

Com os atrasos e graves problemas estruturais nas obras da Copa, e por estar sendo investigado por lavagem de dinheiro na “Operação Ararath”, Silval tem se mantido distante do processo eleitoral. O marketing de Lúdio não tem usado o nome do governador nas inserções.

Lúdio, no entanto, negou que haja acordo no sentido de manter Silval distante, para evitar desgaste de sua imagem. “O governador Silval Barbosa irá subir no palanque, sim. Num momento certo e de acordo com sua agenda, porque ele continua exercendo o mandato de governador”, completou Lúdio.

O próximo governador irá assumir R$ 7 bilhões em dívidas, o que representa 58% da receita corrente líquida do Estado.

Apoiadores polêmicos

Lúdio deve ser avaliado nas urnas não só por suas propostas para o Governo, mas também pelo alto número de apoiadores envolvidos em escândalos de corrupção.

Além de Silval e do ex-secretário de Estado Éder Moraes [que ficou preso por cerca de três meses acusado de operar um esquema de lavagem de dinheiro, investigado da Ararath], o petista teve que explicar publicação feita em novembro do ano passado em uma rede social.

Na ocasião, Lúdio manifestou apoio ao ex-ministro José Dirceu e ao deputado federal José Genoíno (PT-SP), presos pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por envolvimento no escândalo do Mensalão. 

“Eles foram referências para a construção do PT e continuam sendo referencia a partir dos erros que cometeram e da punição que hoje eles cumprem de forma exemplar. Os erros que eles cometeram durante a condução do PT já foram punidos pela Justiça e eu respeito essa punição, mas ainda são filiados ao PT e o partido reconhece a contribuição que eles deram à historia da sigla. Desde a fundação e até primeira vitória do presidente Lula”, declarou o candidato.

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